Em cinco anos, mortes por câncer aumentam 11% em Mato Grosso
Foram mais de 14 mil mortes por neoplasias nos últimos cinco anos. segundo o levantamento.
Kethlyn Moraes | RDNews
O número de mortes por câncer aumentou 11% em Mato Grosso nos últimos cinco anos, de 2016 a 2021. Segundo os dados da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) do Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE), foram mais de 14 mil mortes por neoplasias neste período.
Os óbitos causados por tumores vêm aumentando ano após ano no país e Mato Grosso acompanha essa realidade. Em 2010, quando os dados do SIS começaram a ser registrados, 2.011 pessoas morreram por algum tipo de câncer no Estado. Já em 2021, foram 2.919 mortes, um aumento de 45%.
Segundo o cirurgião oncologista Adalzízio Vieira de Araújo, o aumento no número de mortes vem acompanhando o alto número de incidência da doença, os maus hábitos de saúde, e o crescimento da população. Além disso, ele cita o aumento do diagnóstico.
“Atualmente, o sistema de saúde complementar está melhorando no diagnóstico. Muitas pessoas morriam por câncer antigamente e ninguém descobria a causa”, diz.
Conforme o especialista, o câncer que mais acomete a população é o câncer de pele, mas é também o que tem maior sucesso no tratamento. Em seguida, estão os tipos de câncer que dependem do gênero: o câncer de mama e do colo de útero, nas mulheres, e o de próstata, nos homens. Essas são as neoplasias mais comuns atualmente.
Depois, há o de intestino e o de pulmão. Já entre as neoplasias mais incomuns estão a leucemia e o câncer de pâncreas. “O câncer de pâncreas, por exemplo, não tem uma grande incidência, mas, em compensação, a mortalidade é muito elevada, porque é um câncer difícil de ser diagnosticado, geralmente sendo descoberto em fases já avançadas”, explica.
Por isso, o oncologista afirma que o maior aliado no tratamento é o diagnóstico precoce. “É a fase do diagnóstico que influencia nos resultados do tratamento. Não dá para evitar que a doença acometa o paciente, mas é possível diagnosticar o quanto antes para um tratamento mais eficaz”, explica. Nesse caso, é importante os exames de rotina e cuidado constante como o exame preventivo, mamografia, colonoscopia, exame de próstata, entre outros.
Uma vida com hábitos saudáveis também é um bom aliado para reduzir os riscos de ser acometido pela doença. “Não é possível prevenir o câncer, mas é possível reduzir os riscos. Nesse caso, é importante controlar os fatores de risco como tabagismo, sedentarismo, alimentação ruim”, explica.
O médico também afirma que o tratamento para o câncer já passou por grandes avanços. “Antes, muitos pacientes já viam o diagnóstico do câncer como um diagnóstico mortal. Com a evolução da ciência e da medicina, muita coisa mudou. Hoje há vários tipos de quimioterapias, radioterapias, para melhor adequar ao organismo de cada paciente, há tecnologias mais desenvolvidas. Tudo isso ajuda no tratamento”, diz.
Além disso, o especialista explica que o tratamento e auxílio psicológico tem ajudado no sucesso do tratamento. “Vimos como era antes de que faltava uma humanização. A saúde mental é tão importante quanto a saúde física. Muitos pacientes ficam perdidos quando pegam o resultado. É preciso ter um apoio que o ajude passar pelo tratamento”, diz.