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Pandemia tem impacto na saúde mental infantil e se deve ficar alerta, diz psicóloga

Depressão, ansiedade, acesso a pornografia e abuso sexual são algumas das situações.

Mirella Duarte/RDNews

Com mais tempo em casa e crianças dividindo mais espaço com seus cuidadores, sejam os pais ou outros membros da família, algumas situações que proporcionam maior agravamento em transtornos mentais se intensificaram na pandemia. Entre eles, a depressão, ansiedade, excesso de tecnologia, acesso à pornografia e comportamentos que antes eram menos notados, como sofrimento com abuso sexual.

É o que explica a psicóloga e consultora de educação infantil Wellen Thaís, que trabalha na área há três anos e afirma que a procura por atendimento dos pais e seus filhos cresceu significativamente. “Além das demandas de trabalho, esses pais puderam conviver mais com os filhos e notaram coisas que não conseguiam perceber antes. Transtorno de ansiedade, por exemplo, pela quebra da rotina também dessas crianças e adolescentes, muitos em desenvolvimento, e tiveram impacto com o isolamento social”, pontua.

A psicóloga comenta que, segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), pelo menos um em cada sete crianças e jovens viveu sob políticas de permanência em casa durante a maior parte do último ano, o que levou a sentimentos de ansiedade, depressão e isolamento. Além disso, ela comenta que em muitos casos, a violência também passou a ser uma realidade mais presente. No entanto, com menos denúncias que nos anos anteriores, por partirem de pessoas próximas.

A pandemia pode ter promovido a subnotificação já que, por muitas vezes, as famílias tiveram que cumprir períodos de isolamento. E as agressões, na maioria das vezes, partem de pessoas ligadas ao menor e dentro da própria casa. Segundo os últimos dados, uma em cada cinco crianças sofrem duramente algum tipo de violência em Mato Grosso.

Wellen acredita que com o ensino de casa, por exemplo, faz com que os pais tenham de dar auxílio, com isso, as sobrecargas também geram impacto nas famílias. Outra situação crescente é a de queixas de violência, abusos e também transtornos causados pelo excesso de tecnologia. “Quando essas crianças ou jovens são privados da escola, reuniões com amigos ou outros tipos de convivência, elas têm excesso de consumo de tecnologia e isso também potencializa transtornos”, reflete.

As mudanças no formato social e individual são expressivas, o que afeta diretamente neste desenvolvimento. Para intervir com a terapia, mesmo que através de sessões online, ela conta que a psicoterapia é de forma lúdica, com desenhos, música e as vezes poesia. “Isso serve para acessar o imaginário dessa criança ou adolescente e termos informações, de forma confortável, além de lidarmos melhor com as questões dela”, descreve.

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