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Mutirão da Justiça do Trabalho viabiliza acordos trabalhistas em Barra do Garças

Ao todo, 69 processos estão pautados para tentativa de acordo até sexta-feira.

Um ex-empregado de uma funerária resolveu as desavenças que tinha com o antigo empregador e fechou um acordo, na segunda (28), que pôs fim ao processo que movia na Justiça. O caso é um dos vários colocados em mesa de negociação durante a segunda edição do Cejusc Presente, realizado esta semana em Barra do Garças.

Ao todo, 69 processos estão pautados para tentativa de acordo até sexta-feira.

O caso do ex-empregado da funerária, segundo a juíza Leda Borges, coordenadora do Cejusc, era difícil, pois o trabalhador, ao início da audiência, se mostrava bem resistente quanto aos valores para uma composição. Mas, após falar das mágoas que guardava, acabou se mostrando aberto a ponto de flexibilizar e aceitar os termos propostos pelo antigo empregador.

“O que temos sentido desde ontem é que as pessoas estão gostando muito dessa forma de abordagem que possibilita que as partes possam sentar à mesa de negociação e participar da construção da solução dos seus conflitos, tanto que estão pedindo para trazer novos processos”, conta a magistrada. Leda Borges destaca ainda o saldo positivo, mesmo quando não é possível o acordo, já que uma porta foi aberta para viabilizar uma resolução amigável, em momento posterior. “O objetivo principal do evento está sendo alcançado ao lançarmos a semente da disseminação da cultura da paz”.

Lide Sociológica

Um outro processo colocado em pauta no Cejusc Presente de Barra do Garças também se mostrava problemático, mas acabou com final feliz. Isso porque os efeitos da ação ajuizada por uma jovem contra o antigo patrão extrapolaram a questão meramente profissional ao afetar, inclusive, o relacionamento dela com a própria família.

“Essas questões paralelas não são possíveis de se observar apenas folheando o processo, é preciso efetivamente ouvir as partes”, explica a juíza Leda Borges.

A Lide Sociológica, como são chamados casos como esses, envolvem relações entre indivíduos que desestabilizam toda a sociedade. Muito embora, juridicamente, possa-se solucionar o processo com uma sentença, o conflito permanece entre os indivíduos.

É neste contexto que entra o trabalho desenvolvido pelos centros judiciários de Métodos Consensuais de Soluções de Disputas, os Cejuscs, com magistrados e servidores especializados em ajudar as partes na construção dos acordos. No TRT, há uma unidade para casos que tramitam no primeiro grau e outra para processos que estão em grau de recurso.

Cejusc Presente

O Cejusc Presente avança nesse sentido ao aproximar a unidade das pessoas do interior. A ação nasceu de uma experiência bem-sucedida em Arenápolis, durante a Semana Nacional de Conciliação de 2022. Na ocasião, dezenas de trabalhadores de um frigorífico da região compareceram ao Fórum Cível da cidade para participar de um mutirão de conciliação.

O Cejusc Presente começou de forma oficial por Rondonópolis, em março deste ano. Agora, chega a sua segunda edição, por Barra do Garças. Para lá foram deslocados duas salas de conciliação, que estão instaladas na Vara do Trabalho da cidade e contam com conciliadoras treinadas para ajudar patrões e trabalhadores a resolverem seus processos de forma amigável.

Zequias Nobre | Assessoria 

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