Multas para organizadores de bloqueios em MT somam R$ 600 mil
PRF-MT confeccionou até agora mais de 3 mil infrações; a maioria para empresas de transportes de produtos agropecuários.
Bárbara Sá | RDNews
A Policia Rodoviária Federal (PRF) confeccionou mais de 3 mil multas contra organizadores de bloqueios de rodovias realizados em Mato Grosso em atos bolsonaristas. As multas foram aplicadas somente depois do Supremo Tribunal Federal (STF) determinar os desbloqueios das vias. Somadas, as punições contra os organizadores dos bloqueios bolsonaristas em Mato Grosso, giram em torno de 600 mil reais. Destas, 2/3 foram para empresas de transportes de produtos agropecuários, um total 400 mil reais, o que equivale a 66% do valor total já aplicada até o momento.
Contudo, as notificações da PRF de Mato Grosso não aparecem em um relatório, divulgado nesta sexta (11) pelo portal G1, e que foi encaminhado pela Direção Geral da PRF ao STF em 6 de novembro.
Conforme informações do Portal de Transparência da Polícia Rodoviária Federal, as autuações foram aplicadas até o dia 6 de novembro. Mas, vários relatório ainda estão sendo lançados, e a direção da Polícia tem até cinco dias para atualizar os números e valores, que podem variar e, consequentemente, subir.
As autuações foram com base no artigo 253-A do Código de Trânsito Brasileiro, voltadas aqueles que organizam protestos que bloqueiam o trânsito e o direito de ir e vir das pessoa. O valor da multa varia entre 5 mil até R$ 17.608,20 para esse tipo de infração de trânsito, considerado gravíssimo.
Os bloqueios feitos por bolsonaristas radicais começaram no domingo, dia 30 de outubro, após a oficialização da vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 50,9% dos votos. Desde então, o movimento tomou força em vários estados do país. Mato Grosso chegou a ter até de 41 pontos de obstrução. Durante os protestos, os manifestantes tocavam o hino nacional e promoviam confraternizações, chegando a realizar de churrasco.
Caravanas de caminhões sairam do Nortão de Mato Grosso e se reuniram no último final de semana (05 e 06) em Cuiabá. Na segunda (7), eles seguiram para Brasília, onde seguem acampados em frente a sede do Exército Brasileiro.
No dia 31 de outubro, STF intimou as autoridades a tomarem providências para desbloquear as rodovias imediatamente. Os manifestantes não aceitam a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL). Os manifestantes pedem intervenção federal e intervenção militar, ato considerado antidemocrático pela Constituição Federal.
Nesta quinta (10) a Polícia Fedeal instaurou inquérito para investigar o contra diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, após pedido do Ministério Público Federal (MPF). A Superintendência da PF em Brasília conduzirá o processo. Vasques passou a ser alvo de críticas de diferentes órgãos e setores políticos após operações da PRF durante o segundo turno das eleições. As ações, realizadas em diferentes estradas, contaram com maior atuação no Nordeste, região em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obteve mais votos no primeiro turno. Essas operações teriam dificultado a chegada dos eleitores do Nordeste ao local de votação. Vaques já havia declarado apoio ao presidente Jair Bolsonaro.
Silvinei Vasques também pode ser investigado por possível omissão em relação aos bloqueios das rodovias.