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MPF realiza inspeção para avaliar possíveis impactos ambientais na maior cratera de asteroide da América do Sul, em Araguainha

Domo de Araguainha teria sido formado há cerca de 250 milhões de anos, após impacto de corpo celeste contra região que hoje compreende os estados de Mato Grosso e Goiás.

Assessoria 

O Ministério Público Federal (MPF) realizou inspeção, em 13 e 14 de setembro, para avaliar possíveis impactos ambientais na região conhecida como Domo de Araguainha. De acordo com especialistas, o local é considerado a maior estrutura de impacto meteorítico da América do Sul e teria sido formado há cerca de 250 milhões de anos, após colisão de um corpo celeste contra a Terra. A cratera resultante do impacto tem 40 quilômetros de diâmetro e está localizada, em sua maior parte, no estado de Mato Grosso.

O Domo de Araguainha cobre uma área de 1.300 km2, o que é equivalente a região metropolitana de São Paulo. Fazem parte do território do Astroblema (cratera de impacto) as cidades de Ponte Branca (MT), Araguainha (MT), Alto Araguaia (MT), Doverlandia (GO), Mineiros (GO) e Santa Rita do Araguaia (GO).

A inspeção, coordenada pelo procurador da República Guilherme Tavares, teve como objetivo avaliar os possíveis impactos socioambientais decorrentes da implantação da rodovia MT-100, que pode afetar a região central do Domo de Araguainha, bem como fomentar na região a importância ambiental e turística do Domo. Segundo o sr. Ruy Sousa Ojeda, profundo estudioso da cratera, e o professor Álvaro Penteado Crósta, pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Domo é “um dos maiores eventos de extinção de vida em massa da história da Terra; este sítio pode ainda assumir importância crítica no estudo dos eventos de extinção”.

A visita técnica buscou conscientizar gestores públicos sobre a importância do sítio arqueológico – um dos encontros foi com o prefeito de Araguainha, Francisco Gonçalves Naves. No encontro com o gestor municipal, foi explicada a relevância da preservação do local e os benefícios que isso pode trazer para Araguainha. Uma das pautas foi a possibilidade de se criar um geoparque na região, com potencial para atrair muitos turistas ao pequeno município e, concomitantemente, preservar o Domo.

Sítio arqueológico — De acordo com a Unicamp, o Domo de Araguainha é um dos sítios geológicos brasileiros que figuram na lista “The first 100 IUGS Geological Heritage Sites”, promovida pela International Union of Geological Sciences (IUGS). A IUGS é uma comissão ligada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que define sítio de patrimônio geológico como um “local com elementos geológicos e/ou processos de relevância científica internacional, utilizados como referência com uma contribuição substancial para o desenvolvimento das ciências geológicas ao longo da história”, características plenamente contempladas pelo Domo de Araguainha.

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