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Médico é indiciado por crime sexual contra paciente durante atendimento em Iporá

Delegado diz que profissional usou o pretexto de um exame físico para cometer o ato. Vítima gritou por socorro e foi amparada por funcionários de hospital.

Michel Gomes, G1 GO

O médico ortopedista Otacílio Rodrigues de Barros Neto, de 36 anos, foi indiciado pela Polícia Civil por violação sexual mediante fraude, em Iporá, região oeste de Goiás. De acordo com o delegado Igor Moreira, a paciente, de 46, estava em uma consulta quando o profissional usou o pretexto de um exame físico para cometer o crime.

“A vítima afirma ter sentido algo tocando em seu corpo. Então, ela se virou e viu que o médico estava com a calça aberta. Ela ficou muito angustiada, muito nervosa, começou a gritar por socorro dizendo que estava sendo assediada”, narra o investigador.

O G1 entrou em contato com a defesa do investigado, por e-mail, às 21h45 de segunda-feira (21), mas não recebeu retorno até a última atualização desta reportagem. Em depoimento, segundo a Polícia Civil, o médico negou a prática dos atos, mas também disse não possuir desentendimento anterior com a vítima, nem existir motivo para que ela fizesse uma acusação falsa em seu desfavor.

O caso aconteceu em 31 de maio deste ano. Ao indiciar o profissional, o delegado também pediu a suspensão temporária do exercício da medicina e aguarda decisão judicial, além de encaminhar o documento ao Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego).

Em nota publicada em uma rede social na noite de segunda-feira (21), o Hospital São Paulo, onde o crime teria ocorrido, diz que repudia o assédio e violência de qualquer natureza contra a mulher.

“Acreditamos, também, na importância da apuração cautelosa, responsável e imparcial dos fatos”, diz o comunicado.

G1 entrou em contato por e-mail com a unidade, às 18h17 de segunda-feira, para obter informações sobre a conduta do profissional e as possíveis consequências, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Em nota, o Cremego diz que tomou conhecimento do caso na segunda-feira e vai apurar a conduta do profissional.

Investigação

 

O investigador afirma que a paciente, após notar a atitude do médico, ficou desesperada e foi amparada por funcionários do hospital.

“As enfermeiras e outros médicos do hospital rapidamente foram até o consultório e atenderam essa vítima que estava visivelmente abalada”, fala o delegado.

Em seguida, a paciente registrou o crime na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). Além do depoimento dela, o delegado completa que uma enfermeira também relatou que, há 3 anos, foi assediada sexualmente pelo profissional.

“Nós percebemos que esse caso de 31 de maio não foi um caso isolado, nós iremos buscar ainda por outras vítimas e testemunhas de crimes sexuais cometidos pelo mesmo médico”, narra o investigador.

De acordo com a PC, o crime pode ter pena de até 6 anos de reclusão. A corporação informou também que nome e foto do profissional foram divulgados para auxiliar na investigação.

G1 questionou o que o médico disse em depoimento e se o suposto abuso contra a enfermeira será investigado e aguarda retorno.

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