Polícia

Líder de traficantes do Araguaia está em estado gravíssimo com Covid-19 – veja

Investigado seria preso durante a operação, mas foi adiado devido ao delicado quadro de saúde.

Allan Pereira e Patricia Sanches/RDNews

O líder de uma organização criminosa voltada para o tráfico de drogas na região do Vale do Araguaia, que é o principal alvo da Operação Hot Money deflagrada pela Polícia Federal de Barra do Garças (MT), está hospitalizado em estado gravíssimo em decorrência da Covid-19 (a doença causada pelo coronavírus).

Ele seria preso pela operação ontem de manhã (20), mas, devido à hospitalização, o cumprimento do mandado foi adiado. “Tão logo possível será cumprido”, disse o chefe da Delegacia da PF em Barra do Garças, Murilo de Oliveira Freitas, que aguarda pela evolução do quadro do investigado. A identidade dele não foi divulgada.

O suspeito é líder de uma organização que coordena o tráfico de entorpecentes nos municípios de Barra do Garças, Querência, Porto Esperidião e Pontes e Lacerda, além de Jussara e Aragarças, ambas em Goiás.

Até o momento, as investigações apontam que a quadrilha não pertencia a facções criminosas, como o Comando Vermelho (CV) ou Primeiro Comando da Capital (PCC). Contudo, o delegado diz que mortes e execuções na região podem ter relação com disputa pelo comércio de drogas nas regiões.

O líder com seu séquito de traficantes recebiam a droga de outra organização em regiões fronteiriças de Mato Grosso. Eles levavam os entorpecentes para a região do Araguaia e distribuíam para traficantes menores, que faziam chegar aos usuários. O delegado federal Murilo chamou os investigados que compravam a droga de “abastecedores”.

A base do grupo são as cidades de Barra Garças (MT) e Aragarças (GO), que é dividida apenas por uma ponte. O delegado Murilo disse que as forças policiais estaduais tinham dificuldade de combater o grupo por conseguirem se deslocar com facilidade de um local para outro. Por isso, o caso teve que subir para alçada da PF.

Com exceção do líder hospitalizado, os outros abastecedores tiveram os mandados de prisão cumpridos pela PF. Eles têm no tráfico de drogas o seu modo de vida e fonte de renda. Muitos não tinham contas bancárias e “trabalhavam” com as notas em espécie. Por isso, o nome da operação se chamar “Hot Money”, dinheiro quente em inglês.

Alguns deles também recebiam o auxílio emergencial pago pelo Governo Federal e ganhavam tanto com o tráfico que chegavam a desdenhar do benefício recebido. O delegado Murilo conta que eles usam as notas da ajuda para fazer fogo em carvão em “churrascos”.

A operação cumpriu 28 mandados judiciais, sendo sete de prisão preventiva e 21 de busca e apreensão. Mais três pessoas foram presas em flagrante com drogas, armas e grande quantidade de dinheiro, que ainda não foram contabilizados. Alguns têm passagens pela polícia, por crimes envolvendo morte, mas outros foram presos pela primeira vez.

O chefe da PF em Barra comparou a operação com o combate a pandemia de coronavírus. “Em um momento de pandemia, o que busca sempre é afastar o foco de infecção. Numa pandemia social, que é como tráfico de drogas, a polícia não poderia agir de outra forma. Ela tem como missão primária afastar os traficantes das ruas, que é o foco dessa infecção social de hoje”, pondera.

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