Líder de classe repudia quarentena de 5 anos para militares: é uma aberração
Quarentena de 5 anos atinge militares, policiais, juízes e integrantes do Ministério Público de todo Brasil.
Jacques Gosch e Bárbara Sá/RDNews
A relatora do projeto do novo Código Eleitoral, deputada federal Margarete Coelho (PP-PI), incluiu em nova versão de seu parecer a determinação de quarentena de 5 anos para militares, policiais, juízes e integrantes do Ministério Público que quiserem disputar eleições.
Atualmente, não há necessidade de quarentena para estes cargos. O projeto, no entanto, precisa ser aprovado até o início de outubro para que as alterações nas regras valham já nas eleições de 2022.
O sargento da PM Laudicério Machado, conhecido como Doutor Laudicério, presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia e Bombeiro Militar do Estado de Mato Grosso (ACS-PMBM-MT) e 1º vice-presidente da Federação Nacional de Praças (ANASPRA), é totalmente contra a quarentena de cinco anos. Além de considerá-la uma “aberração”, levanta questões morais da relatora Margarete Coelho para contestar suas motivações e garante que policias tem menos propensão a se envolver com corrupção.
Segundo Laudicério, Margarete Coelho é investigada por possível crime cometido em um processo licitatório que possibilitou a contratação da empresa para prestação de serviços de locação de seis veículos no montante de R$ 891 1 mil, entre janeiro de 2016 a dezembro de 2018, durante o seu mandato de vice-governadora do Piauí.
“O Brasil está passando por uma situação muito séria. Nota-se um medo muito grande dos atuais políticos, pois o policial tem menor propensão para participar de esquema e corrupções e o aumento dessa categoria no âmbito político preocupou, pois por fim acaba por interferir nesse sistema ao qual muitos já estão acostumados”, defendeu.
Pré-candidato ao Senado pelo PTC, partido que tem como principal figura pública o ex-secretário de Estado Éder Moraes, Laudicério afirma que não pode ter seus direitos de cidadão brasileiro prejudicados por conta da escolha profissão de policial militar. No entanto, já foi candidato em outros pleitos e pelo relatório de Margarete Coelho, escaparia da quarentena de cinco anos.
“Esse retrocesso eu não apoio e iremos sim movimentar e reivindicar nossos direitos, nós já não temos várias garantias constitucionais como FGTS, não podemos filiar a partidos políticos, não podemos criar sindicatos. Não podemos ser comparados com a magistratura e promotor, pois eles recebem o teto, agora eu na condição de soldado, sargento é diferente”, completou.
Mesmo que a quarentena de cinco anos seja aprovada, os deputados estaduais Elizeu Nascimento (PSL) e Claudinei Lopes (PSL) – sargento da PM e delegado da Polícia Civil – não seriam atingido por estarem no mandato. Já a coronel da PM Rúbia Fernanda (Patriota), que disputou a eleição suplementar, poderia concorrer em 2022 pelo critério de já ter sido candidata. (Com informações do Poder 360)