Justiça de Goiás mantém prisão de ginecologista suspeito de crimes sexuais, e nova vítima procura a polícia
Decisões estão relacionadas a casos que aconteceram em Anápolis e Abadiânia. Médico nega abusos e diz que comentários enviados em redes sociais eram 'brincadeira'.
Millena Barbosa, g1 Goiás
A Justiça de Goiás manteve, na sexta-feira (8), a prisão do ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos. Ele é suspeito de cometer crimes sexuais contra pacientes durante consultas e também por redes sociais. Segundo a delegada Isabella Joy, uma nova vítima procurou a polícia após a prisão do suspeito ser mantida.
“Manter ele preso é importante para garantir que outras vítimas procurem a polícia e denunciem os crimes cometidos por ele e também para que aquelas que já o denunciaram se sintam seguras”, afirmou a delegada.
O g1 solicitou à defesa do médico, na tarde deste sábado (9), um posicionamento sobre a prisão do investigado ter sido mantida, e aguarda retorno.
A decisão de manter o médico preso é do desembargador Itaney Francisco Campos, que acolheu o recurso do Ministério Público de Goiás (MP-GO) com relação a liberdade provisória do ginecologista dada por um juiz de Anápolis no dia 4 de outubro.
A justiça também determinou que o médico fique preso com relação ao segundo inquérito, instaurado para apurar apurar crimes cometidos em Abadiânia, cidade onde um novo mandado de prisão foi cumprido, na manhã de sexta-feira, depois que quatro vítimas do município procurarem a polícia para denunciá-lo.
“De agora em diante tem duas prisões decretadas. Tanto para os casos de Abadiânia, quanto para os casos de Anápolis. Isso quer dizer que é muito mais difícil ele ser solto daqui para frente, afirmou a promotora Camila Fernandes Mendonça.
Nicodemos Júnior foi preso inicialmente no dia 29 de setembro após a denúncia de três vítimas. Depois, mais de 50 mulheres procuraram a delegacia para registrar denúncia. Até a tarde deste sábado, a polícia já recebeu 54 denúncias contra o médico, segundo afirmou a delegada que investiga o caso.
O Conselho Regional de Medicina (Cremego) interditou o registro dele por seis meses. O médico está preso no Completo Prisional de Aparecida de Goiânia.