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História e lazer fazem de Tiradentes (MG) inesquecível

Uma das cidades históricas mais bem preservadas do Brasil, Tiradentes, Minas Gerais (MG), não tem a suntuosidade barroca de Ouro Preto e de São João del Rei, mas certamente é a mais charmosa. Em suas ruas coloniais calçadas com pedras pés-de-moleque, as igrejas do século 18 dividem a atenção com o preservado casario formado por sobrados que abrigam restaurantes, pousadas, antiquários e lojas de artesanato que acendem seus lampiões na fachada ao anoitecer. O cenário encantador e que já serviu de locação para filmes, seriados e novelas, exibe ainda uma imponente moldura – a Serra de São José, com montanhas típicas de Minas Gerais.

As charretes, estacionadas no Largo das Forras, convidam a circular pela cidade com direito a paradas nas principais atrações, como o Chafariz de São José, o Museu Padre Toledo, as igrejas de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, de Nossa Senhora das Mercês e a Matriz de Santo Antônio, a mais bonita de Tiradentes com trabalhos atribuídos a Aleijadinho.

Ao longo do passeio, conhecer os ateliês que se espalham pelas ruas Direita e da Câmaraé programa obrigatório. Chama a atenção a criatividade dos artesãos, que confeccionam suas obras com materiais que vão da madeira ao estanho, passando pelo papel machê e o ferro. O artesanato variado e de bom gosto é encontrado também no distrito do Bichinho, a oito quilômetros do centro e repleto de oficinas.

À noite, a luz branda acompanha o clima pacato da cidade. Não por acaso, o lugar tornou-se um dos destinos preferidos de casais, que aproveitam a boa oferta de pousadas de clima romântico, os ótimos restaurantes e a presença de inúmeros ateliês de arte, a maioria deles com peças trabalhadas em madeira, estanho, ferro e pedra-sabão.

Descolada, Tiradentes vem, a cada dia, deixando de ser um destino meramente histórico para se tornar um pólo cultural – há quase dez anos é pano de fundo para concorridos eventos, como a Mostra de Cinema, que está acontecendo na cidade até o final de semana, e o Festival de Cultura e Gastronomia, que geralmente acontece em agosto.

Gastronomia

A boa mesa, aliás, é uma das características marcantes da cidade. A comida mineiríssima é servida com fartura nos restaurantes, que capricham nas receitas tradicionais e as incrementam com ingredientes como o ora-pro-nóbis, um tipo de folha que dá um gostinho todo especial ao frango e ao angu. Para gastar as energias, faça um trekking até os mirantes da serra – as caminhadas duram entre duas e cinco horas, com direito a paisagens encantadoras a 1.200 metros de altitude.

No Centro Histórico, o Estalagem do Sabor serve pratos de tamanho generosos; nos arredores do Centro, o Virada’s do Largo tem um dos melhores embutidos do país – ambos os restaurantes possuem horta própria. No caminho para Bichinho, o Pau de Angu funciona num bucólico sítio cheio de animais no gramado. Já no meio do povoado de Bichinho, o campeão de audiência é o bufê típico do Tempero da Ângela.

Mas nem só de comida mineira vive Tiradentes. No Angatu, o chef Rodolfo Mayer incrementa suas receitas com ingredientes brasileiros. Pertinho dali, o Atrás da Matriz tem bacalhau e pizza como carros-chefes. A galinha d’angola é uma das estrelas do menu do romântico Tragaluz

Antes de sair, confira os dias e horários de funcionamento (a terça-feira é conhecida como o “dia da fome”).

No distrito de Bichinho, o Atelier da Cerveja é sinônimo de aconchego. Tem carta de cervejas com 80 rótulos, entre nacionais e importadas, incluindo uma de fabricação própria, a Carma, nas versões pilsen, pale ale, bock, stout e german weizen. A casa conta também com uma carta de vinhos para os dias mais frios. Entre os petiscos, salsichões servidos com maionese de batata e mexidinho de abobrinha.

O que fazer

Dedique uma manhã para as lojas de artesanato do distrito de Bichinho, que, na verdade apesar da proximidade com Tiradentes, pertence a Prados. No retorno, conheça o Museu do Automóvel da Estrada Real. De volta ao Centro Histórico, vá à Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e ao Museu da Liturgia.

Dá para curtir o astral dos bares Templário, com música ao vivo, e Conto de Réis Biritaria, ambos no Largo das Forras. Há tempo, ainda, de explorar a natureza que circunda a cidade, como as trilhas na Serra de São José. Reponha as energias no Estalagem do Sabor – ou, se for um sábado, no Leitão do Luiz Ney. Embarque no passeio de trem até São João del Rei e, à noite, saboreie o jantar do Tragaluz.

Um dos passeios mais procurados por turistas acontece de sexta-feira a domingo, em horários não totalmente fixos, principalmente às sextas-feiras. Quem embarca em Tiradentes, antes de entrar no trem, assiste a Rotunda, quando a maria-fumaça gira manualmente (é preciso muito muque) para mudar de sentido. O passeio percorre 12 km do trecho da Estrada de Ferro Oeste de Minas, ladeando o Rio das Mortes, tendo as montanhas da Serra de São José compondo a paisagem ao lado direito. Como os assentos não são marcados, não demore para embarcar e garantir o lugar desse lado do trem (quem faz o sentido inverso, deve buscar o lado esquerdo). Após 40 minutos, a maria-fumaça chega a São João del Rei. Uma vez que o horário de retorno não é tão amistoso, vale a pena conhecer o Museu Ferroviário, passear pelas construções históricas da cidade e retornar de táxi ou de ônibus de linha.

 

 

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