Fazenda de deputado federal onde suspeito de feminicídio se escondeu será leiloada
Deputado federal tentou oferecer outros imóveis para quitar empréstimo de R$ 25 milhões.

Bárbara Sá | RDNews
O juiz da 3ª Vara Cível de Cuiabá, Octávio Oliveira Saboia Ribeiro, determinou que a fazenda São Carlos, que pertence ao deputado federal Carlos Bezerra (MDB) e à esposa Teté Bezerra (MDB), seja leiloada para pagar um empréstimo com o engenheiro Pedro Luiz Araújo Filho. A dívida atualizada é de cerca R$ 25 milhões e a propriedade localizada em Campo Verde (a 131 km de Cuiabá) é avaliada em R$ 55 milhões.
A área rural é onde o filho do deputado, Carlos Alberto Gomes Bezerra, foi preso na semana passada, suspeito de matar a ex-companheira Thays Machado, de 44 anos, e o namorado dela, Wiliam César Moreno, de 40.
“Através da presente decisão a avaliação do imóvel restou homologada, não havendo necessidade de atualização desta, assim restou homologado o valor do débito exequendo, considerando a data do cálculo (16.08.2022), ao que inexistindo pedido de adjudicação ou pedido de alienação particular, defiro o praceamento do imóvel penhorado, mediante hasta pública”, diz trecho da decisão.
O documento aponta que foram nomeados os leiloeiros Cirlei Freitas Balbino da Silva, Luiz Balbino da Silva e Joabe Balbino da Silva, todos da Central de Praça e Leilão da Capital, para cuidar dos trâmites do processo. Segundo a decisão, a dívida foi contraída pelo casal para custear a campanha eleitoral de 2010. Na época, o Bezerra e Teté foram eleitos para a Câmara Federal e Assembleia Legislativa, respectivamente.
Em 2014, Pedro Araújo Filho entrou na justiça pedindo para receber e alegou não ter sido pago. Em 2021, o magistrado já havia determinado a penhora da fazenda para pagamento da dívida. Carlos Bezerra chegou a oferecer imóveis que pertenceriam à empresa BRDU SPE Várzea Grande para quitar a dívida. Mas a tentativa foi recusada pelo juiz, pois o casal não constava como sócio.
Em nova tentativa, Bezerra propôs o pagamento por meio 14 lotes urbanos que integram o Condomínio Florais da Chapada. A proposta foi igualmente negada pelo juiz, tendo em vista que os imóveis encontram-se registrados em nome da pessoa jurídica Ginco Óriom Incorporações Ltda. e eles não fazem parte do quadro de sócios da empresa.