Polícia

Ex-mulher e amante são condenados a 40 anos de prisão por matar policial em MT

Tatiane Silva foi condenada por mandar matar Noel da Silva, de 52 anos. Já o amante dela, Cleyton Almeida, teria sido pago para cometer o crime. O filho do militar também foi assassinado durante a busca por informações sobre o homicídio contra o pai.

Do g1 MT

Tatiane Borralho de Oliveira Silva e o amante dela, Cleyton Cosme de Figueiredo Almeida, foram condenados a 40 anos de prisão pela do sargento aposentado da Polícia Militar Noel Marques da Silva, de 52 anos. O crime ocorreu em agosto de 2020, quando o policial estava chegando em casa, no Bairro Jardim Colorado, em Cuiabá.

A mulher, que era ex-companheira de Noel, foi acusada de mandar matar o militare. Já Cleyton, que seria amante dela, segundo as investigações, teria executado o crime. A mãe de Tatiane, Ana Lopes Borralho Filha de Oliveira se tornou réu por incentivar a filha a contratar o amante, mas depois foi absolvida do caso, pois a juíza reconheceu que ela não influenciou na prática do crime.

O g1 entrou em contato com a defesa de Tatiane e Ana Lopes. Segundo o advogado Wesley Robert de Amorim, durante os debates, ficou claro de que não haviam provas para condenar Tatiane pelo crime, além de não ter provas do envolvimento dela com Cleyton. O advogado disse que de todas as testemunhas ouvidas, cinco eram parentes da vítima e falaram que Tatiane estaria envolvida através de boatos. De acordo com Wesley, também não há provas de que ela teria pago Cleyton para cometer o crime. A defesa afirmou que pretende recorrer da decisão.

O portal também tenta contato com a defesa de Cleyton.

Conforme a decisão proferida pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira da 1ª Vara Criminal de Cuiabá, Tatiane era casada com Noel, mas se relacionava com outros homens, inclusive, com Cleyton. Ela teria oferecido uma recompensa ao condenado, para matar o policial. A juíza cita que Tatiane pretendia se apropriar dos bens e da futura pensão de Noel.

Ela foi condenada por homicídio qualificado com pena de 22 anos de reclusão em regime fechado.

Já na condenação de Cleyton, a juíza cita que ele efetuou dois disparos de arma de fogo contra Noel, causando a morte por traumatismo crânio encefálico.

“Como se vê, o crime foi praticado de forma premeditada e planejada, fria e covarde, o que distancia a conduta do acusado da normalidade do tipo penal”, diz trecho da decisão.

Cleyton também foi condenado por homicídio qualificado com pena de 18 anos de prisão em regime fechado.

De acordo com a decisão, além deste crime, o acusado também foi condenado pela suposta prática do homicídio do filho da vítima, Noel Marques da Silva Júnior, ocorrido sete meses depois da morte do pai.

Após a morte de Noel, o filho procurava praticamente todos os dias a Delegacia de Homicídios para saber informações sobre o crime e auxiliar nas investigações. Este segundo homicídio está sendo apurado em outro processo, no qual Cleyton foi condenado e se encontra em grau de recurso.

Entenda o caso

Noel foi morto no dia 22 de agosto de 2020, em frente a casa do irmão dele, em Cuiabá. Segundo o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), a vítima passou a morar na residência do irmão após sair de casa. Ele foi atingido por dois tiros na cabeça depois que desceu do carro para abrir o portão da casa. Noel foi socorrido, mas morreu no local.

Antes de se aposentar, Noel era lotado no 4° Batalhão em Várzea Grande, região metropolitana da cpaital.

Sete meses depois, em março de 2021, o filho dele, Noel Marques da Silva Júnior, 33 anos, foi morto por dois homens que invadiram a casa, no bairro Novo Tempo, em Cuiabá. A morte de pai e filho ocorreram de formas semelhantes.

A mulher do filho testemunhou o crime e disse que estavam na sala da casa enquanto os dois filhos do casal brincavam com outras crianças na frente da residência, por isso o portão estava aberto.

Os dois homens invadiram o local e Noel Júnior reagiu, mas acabou baleado na frente da casa. Ele teria sido baleado seis vezes.

Em junho de 2021, os réus tiveram a prisão temporária decretada. A denúncia do MP foi recebida em agosto do mesmo ano.

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