Polícia

As Guardiãs de Arraial do Cabo

Delegacia da cidade monta força-tarefa formada apenas por mulheres para combater os casos de Maria da Penha

A Delegacia de Arraial do Cabo (132ª DP) montou uma força-tarefa, formada apenas por mulheres, para investigar e combater os casos de violência doméstica na cidade. O grupo, chamado carinhosamente de As Guardiãs, é liderado pela delegada Patrícia de Paiva Aguiar e conta com mais três policiais civis femininas, que receberam a missão de acelerar as investigações e de olhar com mais cuidado e atenção para os casos envolvendo agressões contra as mulheres. O pelotão da Polícia Civil conta com o suporte de mais duas fortes mulheres: a juíza Juliana Gonçalves Figueira Pontes, titular da Vara Única da Comarca de Arraial do Cabo, e a promotora Kefrine Keil Ramos Flarys, da Promotoria de Justiça de Arraial do Cabo.
Um levantamento feito pela Polícia Civil de Arraial do Cabo revelou que, em média, a cada três dias, uma mulher registra uma ocorrência de Maria da Penha na delegacia. Ao longo de todo o ano passado, foram mais de cem casos registrados. Em 2020, já foram mais de 50. Somente no mês passado, em junho, foram 19 registros. E os números podem ser ainda maiores, visto que muitas mulheres têm medo e acabam não procurando a polícia.
“Queremos incentivar as vítimas a nos procurarem e denunciarem seus agressores. Vocês não precisam mais ficar no silêncio. Estamos aqui para atendê-las e ajudá-las a sair desse ciclo de violência. As policiais dessa delegacia estão dedicadas ao combate a este tipo de crime”, disse a delegada Patrícia de Paiva Aguiar.
Assim que assumiu o comando da 132ª DP (Arraial do Cabo), em meados de abril, a delegada, diante da incidência das ocorrências de violência doméstica, comprometeu-se a dar atenção especial a esse crime. Uma das primeiras medidas adotadas foi colocar apenas mulheres à frente desses casos, por terem um olhar mais sensível e atento. A equipe também recebeu a missão de acelerar as investigações.
“Fizemos algumas mudanças na nossa rotina e na forma de agir, para dar celeridade aos trabalhos que envolvem agressões contra as mulheres. Cada uma de nós tem uma função específica e, juntas, nos complementamos. O objetivo é concluir as investigações, indiciar os agressores e, se for necessário, pedir a prisão o mais rapidamente possível”, frisou a delegada.
Em pouco mais de dois meses, período em que a delegada Patrícia de Paiva Aguiar está à frente da 132ª DP (Arraial do Cabo), cerca de 30 agressores foram indiciados.

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