Cidades

Vereadores de Barra do Garças criticam empresa Clean Master e questionam a qualidade da limpeza urbana; MP deve ser acionado

Ronair Nunes e Zé Gota usaram a tribuna para cobrar a prestação de serviço digna do valor pago.

Do Semana7

Na última sessão da Câmara Municipal de Barra do Garças, os vereadores Ronair Nunes (UB) e Zé Gota (MDB) usaram a tribuna para tecer duras críticas à prestação de serviços da empresa Clean Master, responsável pela limpeza urbana da cidade. As falas dos parlamentares refletem a insatisfação crescente da população com o serviço de limpeza e a coleta de lixo na cidade.

O vereador Ronair Nunes iniciou sua manifestação com indignação, destacando uma área específica da cidade que tem sido alvo de cobranças constantes: a calçada que liga a Vila Varjão à UPA. Segundo Nunes, o mato na região já atingiu uma altura que dificulta a passagem, o que tem gerado preocupações entre os moradores.

“A cidade não está contente com a limpeza, e precisamos verificar se a empresa está cumprindo o contrato, principalmente, no que diz respeito ao número de servidores. Não é uma questão pessoal com o senhor Geraldo, mas a limpeza urbana é um problema que precisa ser resolvido”, afirmou o vereador, alertando para a importância de monitorar o cumprimento das condições contratuais.

O vereador também suscitou uma questão relevante para o futuro da limpeza urbana em Barra do Garças, mencionando a possibilidade de uma Concessão Pública que permitiria a exploração do serviço por uma nova empresa, com um valor estimado em 1 bilhão de reais. Esta concessão atenderia não apenas Barra do Garças, mas também vários outros municípios vizinhos em sistema de consórcio. “Estamos diante de uma grande oportunidade para melhorar os serviços de limpeza, mas precisamos garantir que a cidade tenha um serviço eficiente e comprometido com a população”, acrescentou Ronair, sugerindo que a gestão da limpeza urbana poderia passar por um processo de reavaliação, considerando o futuro da concessão.

Já o vereador Zé Gota também fez duras críticas à Clean Master, apontando a insatisfação de diversos bairros, onde a coleta de lixo tem sido irregular. “Durante todos esses anos, os meses em que a Clean Master esteve à frente da limpeza urbana foram os que mais geraram reclamações. Temos bairros que ficaram até quatro dias sem coleta de lixo, uma situação inaceitável, principalmente por se tratar de uma questão de saúde pública”, destacou Gota, mencionando ainda o descaso com espaços públicos como as praças da cidade, que estariam em condições precárias. “A praça São Sebastião, por exemplo, estava tão suja que uma mãe não conseguiu levar suas crianças para brincar. Isso é um reflexo da falta de gestão e de compromisso com a cidade”, completou o vereador.

As críticas dos vereadores deixam claro que a população de Barra do Garças não está satisfeita com a qualidade dos serviços prestados pela Clean Master. Além da coleta de lixo, a varrição das ruas e a limpeza das praças também têm sido pontos de grande insatisfação, com o risco de prejudicar a saúde pública local.

Segundo informações, o Ministério Público de Barra do Garças deve ser acionado para acompanhar a legalidade da contratação.

Contratos, Aditivos e Processo Judicial

A Clean Master atua em Barra do Garças desde o primeiro mandato do prefeito Adilson Gonçalves (UB), por meio do contrato administrativo nº 237/2021, firmado para a contratação emergencial de serviços de limpeza urbana. Desde sua primeira atuação, diversos aditivos contratuais foram realizados. Um dos primeiros foi o aditivo nº 004/2021, no valor de R$ 2,8 milhões, seguido pelo contrato nº 072/2023, que acrescentou mais R$ 4,1 milhões ao total do contrato. Esses aditivos são renovados periodicamente, com intervalos de 90 dias, aumentando constantemente o valor da prestação de serviços.

A Prefeitura de Barra do Garças iniciou um processo de licitação em abril de 2022, com um valor estimado de R$ 22,5 milhões para a contratação definitiva de uma empresa para os serviços de limpeza urbana. No entanto, o processo foi judicializado e está em fase de recurso no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, após uma liminar concedida pelo juiz Carlos Augusto Ferrari, da 4ª Vara Cível, questionando o edital 01/2021, que trata da contratação da empresa. A decisão ainda está em andamento, aguardando a resolução da apelação.

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