Terror em Confresa: pegadas, sinais na mata e drone que identifica calor ajudaram a localizar suspeitos mortos em fazenda do interior do TO
Em entrevista, o comandante-geral da PM coronel Márcio Barbosa disse que equipamento mostrou que havia possíveis corpos após troca de tiros.

Do g1 Tocantins
Os policiais que integram a Operação Canguçu usaram diversas técnicas para localizar mais suspeitos de atacar uma empresa na cidade de Confresa (MT) e fugir para o Tocantins. Entre elas estão a observação na mata, pegadas e eles também contaram com a ajuda de um drone que consegue identificar a temperatura no ambiente.
No final da tarde de terça-feira (18), quatro homens foram mortos após troca de tiros com as forças policias. O confronto aconteceu na sede da fazenda Vale Verde, na zona rural de Pium, dentro do perímetro de 50 quilômetros em torno da fazenda Canguçu. Nenhum policial ficou ferido, segundo informou a Polícia Militar (PM).
“Nesse trabalho que tem sido feito, muito profissional, com as coordenadas que a gente tem, identificamos que eles poderiam estar lá. Então tem toda uma técnica. Pegadas, vestígios de mata quebrada, drones termais, que a gente vê a questão do calor, que a gente pode identificar que aquela é uma zona que a gente faz o adentramento e faz a captura deles”, explicou o coronel Márcio Barbosa, comandante-geral da Polícia Militar do Tocantins.
O comandante também ressaltou que os suspeitos mortos não estavam usando a sede da fazenda para se abrigar, mas sim escondidos na mata.
“Estavam escondidos. Então, esses vestígios que a gente buscou, mato quebrado, pegadas, uma folhagem que está amassada, o patrulhamento de helicóptero, que vê ali alguma coisa estranha. Os drones termais que a gente passa fazem com que a gente possa chegar até eles”, completou.
Após o último confronto, na tarde de terça-feira, que resultou nas mortes, os policiais identificaram com ajuda dos equipamentos, que havia quatro pontos de calor estáticos, ou seja, os corpos alvejados. Mas os policiais só entraram na mata para retirar os suspeitos na manhã desta quarta-feira (19), para garantir segurança das equipes, segundo o coronel.
Eles foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Paraíso do Tocantins por volta das 11h30 e vão passar por exames para identificação de cada um dos mortos.

Dez dias de buscas
A perseguição aos criminosos acontece desde o último dia 10 no Tocantins. Eles aterrorizaram a cidade de Confresa, em Mato Grosso, no domingo (9). A suspeita é que eles chegaram ao estado através de rios na região da Ilha do Bananal. Depois disso se esconderam na zona rural de Pium até serem flagrados por equipes policiais da região.
Reforços foram acionados e, atualmente, 350 policiais civis e militares dos estados do Tocantins, Pará, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais participam da Operação Canguçu.
Além das quatro mortes recentes, outros dois homens morreram também em confronto e um acabou preso. Raul Yuri de Jesus Rodrigues, de 28 anos, e um segundo integrante, que não teve a identidade divulgada, foram mortos. Paulo Sérgio Alberto de Lima, de 48 anos, foi preso após fazer o funcionário de uma fazenda refém.

Nos dez dias de operação, a polícia já apreendeu um verdadeiro arsenal com capacetes e coletes, armamento pesado e munições de uso restrito das Forças Armadas, por serem utilizados em guerra. Todo o material foi entregue às polícias de Mato Grosso, onde o grupo começou a ação criminosa.