Tenente pai de aluno morto em treinamento dos bombeiros morre em caixa d’água e irmão diz que foi acidental
Irmão disse que Antônio Claro tentou pegar uma carteira que caiu na caixa d'água, mas não conseguiu e se afogou.

Do g1 MT
O pai de Rodrigo Claro, de 21 anos, aluno que morreu durante treinamento do Corpo de Bombeiros, foi encontrado morto na caixa d’água da casa onde a família mora, nesta segunda-feira (27), em Cuiabá. O tenente Antônio Claro, de 48 anos, que também fazia parte da corporação, foi achado pela mulher dele. O caso é tratado pela polícia como morte acidental.
A Polícia Civil, que investiga o caso, disse que recentemente, no dia 10 de dezembro, ele tinha um AVC e fazia uso de medicamentos controlados.
O irmão de Antônio disse que ele fazia tratamento contra depressão e depois sofreu AVC. “Ele estava tendo transtornos e tomava medicação forte. Na madrugada, ele pegou a carteira (que caiu na caixa d’água), ele entrou para pegar e não teve forças para sair e morreu afogado. Faleceu afogado. O meu irmão que por muitas vezes salvou vidas, também foi vítima de afogamento”, contou Jailson Claro.
Em nota, o Corpo de Bombeiros lamentou a morte do tenente aposentado.
“O tenente foi incluído nas fileiras da corporação em 21 de dezembro de 1994 e dedicou 25 anos de sua vida ao cumprimento da nobre missão de salvar vidas. Nossa continência a este militar que sempre prezou por valores pautados pela hierarquia e disciplina, buscando a excelência no serviço de modo a atender cada vez melhor a nossa população mato-grossense”‘, diz trecho da nota.
Morte de Rodrigo Claro
O estudante do curso de formação de soldados do Corpo de Bombeiros, Rodrigo Claro, morreu depois de passar mal em uma aula na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, em novembro de 2016.
Rodrigo passou vários dias em coma na Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) de um hospital particular da capital.
O jovem fazia aula de instrução de salvamento quando passou mal.
À época, o Corpo de Bombeiros informou que Rodrigo queixou-se de dores de cabeça durante a realização das aulas. O aluno realizava uma travessia a nado na lagoa e quando chegou à margem informou o instrutor que não conseguiria terminar a aula.
Em seguida, segundo os bombeiros, ele foi liberado e retornou ao batalhão e se apresentou à coordenação do curso para relatar o problema de saúde. O jovem foi encaminhado a uma unidade de saúde e sofreu convulsões.
Julgamento
A tenente do Corpo de Bombeiros Izadora Ledur de Souza Dechamps, é ré pelo crime. Ela foi condenada em setembro de 2021, a cumprir um ano de prisão, em regime aberto, pelo crime de maus-tratos. O Ministério Público de Mato Grosso ingressou com um recurso ao considerar a pena branda ao alegar que houve tortura no caso.
O julgamento, que já tinha sido adiado duas vezes.
Ledur vai cumprir a pena, inicialmente, em regime aberto, como prevê o Código Penal. Ela também não perdeu o cargo ou a farda. A Justiça ainda pode avaliar se ela deverá seguir medidas cautelares.