Sem carnaval, bloco de Barra do Garças troca a fantasia pela solidariedade
O nome foi escolhido como forma de respeito à condição humana
Da redação
Criado a partir de um grupo de amigos na rede social WhatsApp, o bloco carnavalesco de Barra do Garças (MT), 100 Censura, comemora neste domingo (28), dois anos de existência.
O nome foi escolhido como forma de respeito à condição humana, independentemente de suas escolhas ou preferências, e reúne perfis diversificados de anônimos nas redes sociais, que ganharam visibilidade no carnaval de rua de Barra do Garças.
No primeiro ano (2019), com 130 membros, o bloco 100 Censura conquistou o segundo lugar do carnaval popular do município, ao apresentar um misto de alegria, conscientização e tristeza ao levantar a bandeira contra o feminicídio, homenageando a estudante pontalense Érika Côrtes, de 29 anos, assassinada em 2018 no Paraguai.
Em 2020, o bloco cresceu e levou para a avenida mais de 300 componentes, abordando temas atuais como a preservação da Amazônia, depressão e suicídio, buscando de forma divertida, despertar a consciência popular.
A organização e o comprometimento de seus integrantes em brincarem o carnaval de forma ordeira, rendeu o primeiro lugar no Araguaia Folia 2020, carnaval de rua de Barra do Garças.
Em 2021, o foco no país é a preservação da vida, e obedecendo os protocolos de segurança contra o coronavírus, o carnaval não aconteceu, e o bloco trocou a fantasia pela realidade, e tem feito da solidariedade seu tema principal.
No primeiro ano de existência, criaram duas equipes de futsal (masculino e feminino), oportunizando aos jovens dos bairros Nova Barra, São José e adjacências, periferia da cidade, a integração e a diminuição da ociosidade, por meio da prática esportiva.
“A vida não se resume a quatro ou cinco noites de carnaval”, disse o presidente do bloco, Genivaldo da Costa Santos, responsável pela mobilização dos membros para as inúmeras ações sociais desenvolvidas e intensificadas nesse período de pandemia.
Campanhas de conscientização para o uso de máscaras, doação de sangue, arrecadação e distribuição de cestas básicas, promoção de ações para auxiliar pessoas com problemas de saúde ou em situação de vulnerabilidade social, tem dado o ritmo ao bloco 100 Censura nos seus dois anos de existência.
“Muito melhor do que a beleza das fantasias e alegorias, e da alegria em conquistar títulos, é a satisfação de podermos espalhar a beleza de sermos solidários, pois a solidariedade é um ato de bondade, e a bondade é um ato de amor ao próximo”, disse Genivaldo (Geni).