Santa Cruz do Xingu: em velório, filhos descobrem que corpo da mãe foi parar a 1,4 mil km de distância
Corpo de mulher, que morreu em Cuiabá, deveria ir para Santa Cruz do Xingu, mas chegou em Pontes e Lacerda.

Vitória Lopes | RDNews
Os familiares de Raimunda da Silva, de 59 anos, tomaram um susto ao abrir o seu caixão durante o velório na manhã de hoje (17), em em Santa Cruz do Xingu (MT). Isso porque, o corpo da mulher foi trocado e mandado para uma cidade a mais de 1,4 mil quilômetros de distância, Pontes e Lacerda.
Segundo a filha da vítima, a assistente social Ana Paula Silva, a mãe estava internada no Hospital Geral de Cuiabá desde janeiro deste ano para tratar de um câncer severo na cabeça. Entretanto, no domingo (15), ela não resistiu e morreu.
O irmão de Ana Paula estava na capital, para acompanhar o tratamento da mãe. Foi ele quem correu com os procedimentos fúnebres, para levar o corpo da mãe até o município de Santa Cruz do Xingu.
Entretanto, a própria funerária teria negado a presença dele durante o translado. “Meus parentes vieram na frente, de ônibus, e conseguimos apoio da prefeitura para a transferência. Meu irmão pediu para vir no carro da funerária, que recusou, disseram que iriam cuidar de tudo”, conta.
Eles chegaram no município por volta de 18h, sendo que às 7h do dia seguinte estava marcado o velório. Porém, para a surpresa de todos, não era Raimunda que estava no caixão.
“Fomos para a igreja, em que a funerária trouxe o corpo. Chegamos lá e era outra mulher, uma senhora de Pontes e Lacerda. Ficamos transtornados com a situação”, relembra Ana Paula.
A família ainda não acredita que o corpo foi trocado e entregue em Pontes e Lacerda, distante a 1.452 km de Santa Cruz do Xingu. Por conta da longa distância, o velório acabou adiado.
“Não conhecemos nem a senhora e nem a família, nem tínhamos como avisar. O corpo de minha mãe chegou por volta de 4h em Pontes e Lacerda, não teve como correr atrás porque era de madrugada”.
Segundo a filha, a confusão foi um desrespeito com sua mãe, que morou por 18 anos no município. “A minha mãe sofreu tanto, para no fim acontecer isso”, lamenta.
Em nota, o Hospital Geral informou que no caso de retirada de corpo, o paciente é duplamente identificado por etiquetas colocadas no corpo “com informações claras para facilitar esse procedimento pelo agente funerário”.