Prima diz que foi a própria vítima, de 2 anos, quem disparou a arma do pai

Bárbara Sá | RDNews 

O pai da menina de 5 anos que presenciou a morte da prima Eloá Oliveira, morta aos 2 anos por um tiro da arma do próprio pai no fim da manhã desta quinta-feira (11), no bairro Santa Cruz II, em Cuiabá, disse em depoimento à Polícia Civil que a vítima foi a autora do disparo. Ele ainda pontuou que não sabia que tinha uma arma na casa.

Na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o homem relatou que ele e a filha vieram do Rio de Janeiro para passar férias na casa do tio, o segundo sargento da Polícia Militar, Elienay Pinheiro, dono da arma do crime, e que ficariam até o dia 28 de maio.

Ele detalhou o que aconteceu minutos antes da tragédia. Por volta das 9h25, ele estava na cozinha que fica na parte dos fundos da residência, fazendo arroz, quando ouviu um barulho. Contudo, achou que tinha sido na casa ao lado. Em seguida, ele viu que o PM apareceu falando ao telefone e a filha correndo em sua direção. Foi neste momento que ele soube que Eloá havia sido atingida.

O depoente disse ainda que não foi ao quarto onde estava o corpo da menina, pois ficou com sua filha, que estava assustada. Com o susto, no primeiro momento, a menina de 5 anos não contou nada, pois estava apavorada. No entanto, quando se acalmou, ela relatou o que ocorreu.

Ao pai, disse que estava na sala assistindo televisão, quando Eloá saiu do quarto dos pais dela, onde estava brincando, e disse para ela: “Venha ver o que eu achei”. A menina então acompanhou a prima até o quarto e viu Eloá abrir a gaveta para procurar a arma para mostrá-la.

A prima falou que assim que a Eloá pegou a arma, houve o disparo. Ela disse ainda que, logo depois, chegaram no quarto o irmão da Eloá, também menor de idade, que estava na sala fazendo deveres da escola, e Elionay.

Em depoimento, o tio da vítima disse que estava muito abalado com o ocorrido e que a filha dele estava meio aérea, sem entender o que havia acontecido.

Uma ação já tramita no Juizado Especial Criminal Unificado de Cuiabá. Consta no processo que a arma de Elionay, um Revólver Taurus, já foi apreendida, juntamente com um estojo deflagrado, um projétil deflagrado, um coldre para revólver e 5 munições intactas. Elienay já foi intimado a comparecer a uma audiência no Juizado.

O caso

A arma encontrada é de calibre.38, com capacidade da arma de seis munições e teve apenas uma deflagrada. Segundo o delegado, a arma estava guardada no fundo falso de uma mesa de cabeceira ao lado da cama. O sargento da Polícia Militar Elienay Pinheiro foi autuado por omissão de cautela do armamento.