Polícia Civil apreende menor e esclarece assassinato de casal de jovens em Barra do Garças
Os corpos do jovem casal foram encontrados amarrados com arame, e com sinais de execução a tiros
Da redação
A Policia Civil de Barra do Garças deflagrou nesta quinta-feira (31), a Operação Castelo de Areia, coordenada pelo Delegado Joaquim Leitão, que cumpriu quatro ordens judiciais, resultado da investigação policial para elucidar um duplo homicídio ocorrido em fevereiro deste ano.
A investigação que mobilizou as equipes da 2°Delegacia do bairro São José, Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) e Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (DERF), buscava esclarecer a autoria do assassinato do casal de namorados Marcos Otávio da Cruz Melo 20 anos de idade, e Marylia Eduarda Ferreira Cardoso, 19 anos, assassinados no dia 9 de fevereiro, sendo os corpos encontrados em avançado estado de decomposição, seis dias depois do crime.
As investigações para a elucidação do bárbaro crime, foram iniciadas pela 2° Delegacia, coordenada pelo Delegado Antônio Moura.
Os corpos do jovem casal foram encontrados amarrados com arame, e com sinais de execução a tiros, nas proximidades de um sítio, localizado às margens da BR-070, entre os municípios de Barra do Garças (MT) e General Carneiro (MT).
O trabalho investigativo desenvolvido pela equipe da 2°Delegacia de Barra do Garças, apontou pelo menos cinco envolvidos no crime, e concluiu que o duplo homicídio estaria relacionado à uma divergência entre membros de facções.
O primeiro suspeito, maior de idade, foi preso no dia 15 de março, e nesta quarta-feira, a Operação Castelo de Areia, apreendeu dois menores de 17 e 15 anos, apontados como participantes do duplo homicídio seguido da ocultação de cadáveres.
O garoto de 17 anos, assumiu a autoria dos homicídios e delatou o envolvimento de uma garota de 15 anos, também apreendida, e de outros dois suspeitos, ainda em liberdade, na ocultação dos cadáveres e na integração de uma organização criminosa.
De acordo com a Polícia Civil, os crimes foram praticados a mando de líderes de uma determinada facção criminosa, uma vez que as duas vítimas, pertenciam anteriormente à uma facção rival, e ao migrarem para a organização criminal atual, estariam manifestando descontentamento com as ações do grupo.
O menor de 17 anos, que assumiu as execuções, relatou à polícia que executou o casal em momentos distintos, porém, no mesmo local, em uma estrada que dá acesso ao distrito da Voadeira, zona rural de Barra do Garças.
De acordo com a versão do menor, Marylia teria sido a primeira a morrer, sendo levada em uma motocicleta ao local do crime e lá executada.
O menor após a execução de Marylia, teria retornado e levado até o mesmo local, o namorado dela, Marcos Otávio para ser morto também.
A investigação apontou que somente no dia posterior ao crime, os corpos foram retirados do matagal, às margens da estrada que dá acesso ao Distrito, colocados em uma caminhonete e jogados na entrada da propriedade rural, distante aproximadamente 25 km de Barra do Garças, sendo encontrados dias depois.
Apesar da pouca idade, tanto Marylia como Marcus já possuíam passagens pela polícia, sendo que Marcos fazia uso de tornozeleira eletrônica, por crimes praticados em Primavera do Leste (MT), sua cidade de origem.
À época da localização dos cadáveres, mensagens postadas nas redes sociais de Marylia, chamaram a atenção da polícia, uma vez que ela e o namorado haviam desaparecido no dia 9 de fevereiro, e as mensagens postadas no dia 08 de fevereiro, anunciavam a suposta morte de Marcos.
Com a investigação, a policia concluiu que as mensagens foram postadas do celular da namorada, pelo próprio Marcos, na tentativa de despistar os envolvidos que o estariam ameaçando de morte.
A operação Castelo de Areia, resultou na apreensão de dois menores, de uma munição calibre 38, além de uma porção de maconha, celulares e notebook.
No curso da investigação, o menor de 17 anos, também assumiu a autoria de outro homicídio, ocorrido no bairro Novo Horizonte, em Barra do Garças.
A Operação Castelo de Areia recebeu esse nome, como forma de simbolizar, assim como acontece com a areia, a ruína da sucessiva prática delitiva, através da identificação, prisões e apreensões de infratores da lei .