PM foi morto por se recusar a fechar porta do banheiro de conveniência, diz delegado
Suspeitos afirmaram que descobriram da manhã seguinte que Roberto tinha sido morto e que era policial militar.
Ana Flávia Corrêa/RDNews
Policial militar Roberto Rodrigues de Souza, de 31 anos, foi morto após se recusar a fechar a porta do banheiro da conveniência na rodovia Mário Andreazza, no dia 26 de julho. Conforme relataram os suspeitos, Wesdra Victor Galvão de Souza, 29, e Alan Patric Schuller, 27, eles temiam que a namorada de um deles, que estava no banheiro feminino, visse as partes íntimas do policial.
Suspeitos estavam foragidos, mas se entregaram à Polícia Civil na noite de quarta (4). Na tarde desta quinta (5), profissionais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) concederam coletiva de imprensa e elucidaram que crime aconteceu por motivo banal e de forma brutal.
“Ambos falam sempre no mesmo sentido, que foi desentendimento de momento. Eles não tinham conhecimento da profissão da vítima, que ele era um policial militar. Com esse desentendimento, segundo eles, eles não queriam chegar a esse término. Apesar de que no senso comum, com golpes dessa monta, ainda mais com a vítima sem reação, podem levar e provocar a morte”, disse o delegado da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Olímpio da Cunha.
Depois do crime, Wesdra e Alan saíram do local de carro com alguns homens e mulheres, que também foram ouvidos com o intuito de apurar informações para o inquérito. A princípio, investigadores trabalham com a hipótese que de testemunhas não tiveram participação no crime, pois tentaram tirar os homens da situação.
Suspeitos afirmaram que descobriram da manhã seguinte que Roberto tinha sido morto e que era policial militar. Eles não deram detalhes sobre a fuga, mas afirmaram que fugiram com o intuito de evitar uma possível retaliação. Se entregaram ontem, contudo, por sentirem que “o cerco estava fechando”.
Inquérito não foi concluído, mas caminha para o final. Até audiência de custódia, homens seguem presos preventivamente. Investigações devem ser encaminhadas ao Ministério Público Estadual (MPE), que deve oferecer denúncia contra os envolvidos. Caso sejam acusados de homicídio qualificado, podem pegar de 12 a 30 anos de reclusão.
Crime
Consta no boletim de ocorrência que o militar estava com alguns amigos em um carro quando disse que precisava parar em algum lugar para ir ao banheiro. Eles então pararam na distribuidora. Rodrigues foi ao banheiro e os colegas ficaram aguardando no veículo.
Por meio das imagens, é possível ver que o policial se desentendeu com um homem no banheiro do estabelecimento. Em seguida, eles discutem e começa uma troca de socos. Wesdra e Alan, então, passam a dar vários chutes e socos no policial, que cai no chão desacordado.
Policial ainda recebe mais chutes na cabeça. Ele chegou a ser socorrido e encaminhado ao Pronto Socorro de Várzea Grande, mas não resistiu aos ferimentos.