Pai e madrasta são presos suspeitos de espancar criança de 4 anos que perdeu a mãe para a Covid-19
Menina está internada em hospital com vários hematomas pelo corpo e braço quebrado. Conselho Tutelar procura saber se algum parente materno pode acolhê-la.
Vanessa Martins e Rosane Mendes, G1 GO e TV Anhanguera
Pai e madrasta foram presos suspeitos de espancar uma menina de 4 anos, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. A criança precisou ser hospitalizada porque estava com ferimentos em várias partes do corpo e até com um braço quebrado. Conforme o Conselho Tutelar, ela perdeu a mãe para a Covid-19 há quatro meses.
A denúncia de agressão foi feita pelo próprio pai da criança à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), na quinta-feira (16), após a irmã dele o alertar sobre os machucados. No entanto, enquanto o homem acusava a companheira de agredir a menina, a madrasta o acusou do mesmo. Assim, ambos acabaram presos.
“A DPCA vai apurar as circunstancias desse delito, seja através de diligências, ouvindo testemunhas, […] qualquer um que possa contribuir para a elucidação. As investigações vão individualizar a conduta de cada um: pai e madrasta”, explicou a delegada Bruna Coelho.
Como os nomes dos suspeitos não foram divulgados, o G1 não conseguiu localizar a defesa deles para que se posicionasse sobre o caso.
Após a denúncia, a Polícia Civil localizou a criança e a submeteu a um exame médico. O profissional de saúde indicou que a paciente precisava de atendimento hospitalar.
A menina foi encaminhada para o Hospital de Urgências Governador Otávio Lages de Siqueira (Hugol), em Goiânia. Segundo relatos do Conselho Tutelar e da Polícia Civil, a menina tinha hematomas novos e antigos. Como o braço direito dela estava fraturado, precisou passar por uma cirurgia.
Apesar dos ferimentos, segundo o Conselho Tutelar, a paciente tem boas condições clínicas nesta segunda-feira (20).
Com o pai e a madrasta presos, o Conselho Tutelar acompanha a menina no Hugol enquanto procura a família materna dela.
“Se não identificarmos ninguém da família que possa oferecer uma segurança para a criança, a nossa medida será o acolhimento institucional para que a juíza determine alguém da família e tome as medidas cabíveis para frente. É claro que ela vai passar por atendimento psicológico de agora para frente”, detalhou a profissional do órgão Élita Arantes.