Operação interrompe festa em Angra com suspeitos de participarem de milícia
A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investiga se milicianos de Curicica, na Zona Oeste do Rio, da Baixada e de Angra dos Reis participavam da festa no endereço alvo de uma operação policial no último domingo (26), na cidade da Costa Verde. Outra linha de investigação aponta que Wellington Oliveira, o Ecko, estaria no grupo.
A investigação da Polícia Civil sobre os milicianos reuniu vídeos em que os criminosos divulgaram nas redes sociais. Nas imagens, eles estão armados, dançando com as mulheres que foram deixadas para trás quando agentes da DHBF chegaram ao local. Na chegada da polícia, na casa vizinha, ocorria uma transmissão ao vivo de um show do grupo Aglomerou, que foi interrompida a tiros e com policiais com fuzis correndo no meio dos músicos.
Na operação, da qual participou também a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil, houve diversas autuações de pessoas com anotações policiais por tráfico de drogas, roubos, associação criminosa e outros crimes.
O delegado titular da DHBF, Moyses Santana, disse que não houve erro ao interromper a live do grupo de pagode Aglomerou, e que a polícia não disparou tiros durante a ação na casa vizinha ao alvo da operação.
“Entramos simultaneamente nas duas casas. Interrompemos a live para evitar danos colaterais, pois algum criminoso pular para a casa ao lado e porque imaginávamos que os suspeitos da casa onde ocorria a festa poderiam resistir. O objetivo era preservar os músicos e demais ocupantes do imóvel. Os disparos foram feitos por criminosos que se evadiram da residência onde ocorreu a festa. Todas as pessoas na festa foram autuadas por violação ao artigo 268 do Código Penal, disse ele.
Com a chegada da polícia, os criminosos trocaram tiros, fugiram por um mangue que tinha acesso a lanchas, e deixaram as mulheres na casa. Elas foram autuadas no artigo 268, que é “infringir determinação do poder público, destinada a impedir a introdução ou propagação de doença contagiosa”.
Uma das mulheres indiciadas foi identificada como Renata Barberick, que aparece nos vídeos dançando com um dos homens, armado. Em outro vídeo, um dos homens armados debocha da pandemia ao comemorar a festa.
Em nota, a Polícia Civil disse que ação da DHBF teve o apoio da CORE, para checar a informação de uma casa onde estaria sendo realizada uma festa desde sábado com criminosos foragidos da Justiça.
“Com a aproximação dos agentes, alguns criminosos correram em direção a um mangue e efetuaram disparos em direção aos policiais, que ainda tentaram localizá-los, sem sucesso”, diz o texto.
Os agentes encontraram no local frascos de lança perfume e indícios de consumo de drogas. Algumas pessoas que estavam na festa também possuíam anotações criminais por diversos crimes como tráfico de drogas, roubo e associação criminosa, mas sem mandados pendentes.
“Para evitar que alguém pudesse ser ferido durante uma possível fuga dos criminosos, os agentes entraram simultaneamente na casa ao lado onde estava sendo realizada a diligência e a live de um grupo musical foi interrompida”, justificou a Polícia Civil, sobre a invasão à casa onde a transmissão do pagode ocorria.
Depois do susto, os músicos fizeram uma publicação nas redes sociais para tranquilizar os fãs. O vocalista, João Victor, disse que estavam todos bem, explicou que a entrada dos policiais foi um engano e prometeu remarcar a live.
“Galera, estamos bem. Tá tudo bem. Tá acontecendo uma operação policial em uma casa bem próxima aqui do espaço. Então, ocorreu esse fato, mas tá todo mundo bem. Não tem nenhum vínculo com o espaço. Não tem problema nenhum com quem tava aqui dentro da live. É isso aí. Tá tudo certo. A gente vai remarcar a live porque a gente tá meio sem clima pra fazer”, explicou João Victor.