“Não vejo alternativa além da prisão perpétua”, afirma Virginia Mendes ao condenar feminicídio em Cotriguaçu
Primeira-dama afirma que a legislação brasileira falha em proteger mulheres e defende penas mais duras após crime brutal.

A primeira-dama de Mato Grosso, Virginia Mendes, condenou o assassinato de Fabiana Cruz Amorin, de 37 anos, vítima de feminicídio na madrugada desta quinta-feira (11/12), em Cotriguaçu.
O crime chocou o estado pela brutalidade e pelo histórico criminal do suspeito, um homem de 31 anos que já havia sido preso e acumulava inúmeras passagens pela polícia, incluindo estupro de vulnerável de uma criança de 11 anos, mas que, mesmo assim, estava em liberdade.
Virginia Mendes afirmou que situações como essa evidenciam falhas graves na legislação brasileira, que não oferece proteção suficiente às mulheres e permite que criminosos reincidentes voltem a circular livremente.
“As leis atuais apresentam inúmeras brechas que permitem que autores de crimes graves sejam colocados em liberdade. Essas brechas acabam sendo exploradas no âmbito judicial, resultando na soltura dos acusados. Por isso defendemos uma legislação mais rígida, que não permita interpretações que favoreçam esses criminosos. A prisão perpétua, nesse contexto, é a única medida capaz de garantir que indivíduos extremamente perigosos permaneçam efetivamente privados de liberdade”, declarou.
A primeira-dama destacou ainda que o caso de Cotriguaçu reforça a urgência de mudanças profundas no Código Penal e citou exemplos internacionais que já adotam medidas mais severas para crimes graves.
“A Itália aprovou prisão perpétua para casos de violência extrema. Isso é um exemplo que deveria ser seguido no Brasil. Quantas mulheres mais vão morrer até entendermos que leis brandas protegem criminosos e não as vítimas? É preciso coragem para mudar a legislação e proteger quem está sendo assassinado diariamente”, afirmou.
Segundo informações da Polícia Militar, o suspeito foi preso em flagrante poucas horas após o crime. A ação teve início quando a ex-esposa do agressor procurou a polícia em Juína, apresentando fotos e vídeos enviados pelo próprio suspeito após o assassinato de Fabiana. A denunciante relatou ainda que ele utilizou as imagens para ameaçá-la.
Os policiais localizaram o homem em Cotriguaçu, onde ele confessou ter esfaqueado a vítima após uma discussão. A PM ressaltou a rapidez da ação, mas destacou que, apesar das prisões anteriores, o agressor seguia em liberdade.
Para Virginia Mendes, esse é o ponto central do problema.
“A polícia prende. A justiça solta. E quem paga com a vida são as mulheres. Esse ciclo precisa ser interrompido. Não podemos mais normalizar crimes bárbaros como esse. Punir com rigor é proteger vidas”, concluiu.








