Menino achado em geladeira durante incêndio sempre ficava sozinho e quase foi atropelado
Ele se abrigou no local para se proteger do fogo que consumiu o imóvel, na madrugada do dia 9.
Jéssica Bachega/Gazeta Digital
M.A.L.S., 20, foi solta em audiência de custódia realizada no sábado (10). Ela passou um dia presa por abandono de incapaz, após o filho de 2 anos ser achado dentro da geladeira da casa em que moravam, no Altos da Serra, em Cuiabá. Ele se abrigou no local para se proteger do fogo que consumiu o imóvel, na madrugada do dia 9.
A decisão que libertou a jovem é da juíza Silvana Ferrer Arruda e a audiência foi realizada por meio de videoconferência. A magistrada reconheceu que a mulher não tem antecedentes criminais e possui residência fixa, o que não exigia a prisão.
“Não subsiste razões para a decretação da prisão preventiva da autuada, motivo porque ela deve ser beneficiada com a liberdade provisória”, diz trecho da decisão.
Porém, impôs condicionais para a soltura. Ela deve informar suas atividades periodicamente ao juízo e não pode deixar a comarca de Cuiabá.
“Determino o encaminhamento da flagrada para oportunidade de emprego, qualificação profissional junto ao Sine, Crass, Seduc, tudo por meio da equipe psicossocial da Sesp do Fórum”, mandou a juíza.
Na decisão conta que vizinhos denunciaram que a mulher deixa constantemente e criança sozinha em casa. Em uma das oportunidades, o menino quase foi atropelado por um ônibus.
No dia do fato, ela tinha saído e deixado o menor em casa. Por volta das 2h, vizinhos sentiram o cheiro de fumaça e foram ver o que acontecia, momento em que se depararam com a casa em chamas. Eles agiram para apagar o fogo e encontraram a criança no eletrodoméstico. A geladeira estava em uso e ainda havia gelo no congelador.
Horas após o ocorrido a mulher foi localizada e, a princípio, disse que tinha deixado a criança com uma amiga para ir trabalhar. Depois narrou que tinha ido a uma “resenha” ( festa). Por último admitiu que o deixou em casa para fazer programa. Ela mora sozinha com a criança.
O menino passou por exames médicos e, apesar de inalar fumaça, ele estava bem. Apenas tinha alguns arranhões e estavam com as unhas sujas de fuligem. Ele foi entregue ao Conselho Tutelar e está em abrigo para menores. Nenhum familiar foi localizado para ficar com a criança.
A casa em que mãe e filho moravam ficou bastante danificada e os poucos móveis foram destruídos.