Mato Grosso atinge meta de alfabetização e avança nos primeiros anos do ensino fundamental
Estado tem 60,59% das crianças alfabetizadas ao fim do 2º ano do Ensino Fundamental.

A Educação pública de Mato Grosso superou mais uma meta estabelecida pelo Governo do Estado no Plano EducAção 10 Anos. O estado registrou 60,59% de crianças alfabetizadas, superando a meta estadual de 59,2% e reforçando os avanços de uma política pública estruturada em regime de colaboração com os municípios.
O resultado foi divulgado nesta sexta-feira (11.7) pelo Ministério da Educação (MEC), e faz parte do Indicador Criança Alfabetizada (ICA) de 2024, ferramenta estratégica que permite acompanhar, de forma padronizada, o nível de alfabetização das crianças brasileiras ao final do 2º ano do Ensino Fundamental.
Para o secretário de Estado de Educação, Alan Porto, o crescimento de 3,39 pontos percentuais em um ano evidencia a eficácia das ações desenvolvidas no estado, que incluem formação docente, monitoramento da aprendizagem e valorização de boas práticas escolares.
A expectativa é de que esses avanços se consolidem como base para resultados ainda mais expressivos nos próximos anos. “Os números do ICA mostram que a política educacional orientada pelo governador Mauro Mendes e pelo vice-governador Otaviano Pivetta foi assertiva”, avalia Alan.
O secretário lembra que o Ensino Médio da rede estadual saltou da 22ª para a 8ª posição no ranking do MEC e que a meta de redução do analfabetismo para 2025 entre pessoas com mais de 15 anos, que era de 4%, foi superada no dia 13 de julho quando o IBGE anunciou que o número de pessoas que não sabem ler e escrever caiu para 3,8% no estado.
O ICA utiliza dados dos sistemas estaduais de avaliação, com base nos critérios da pesquisa Alfabetiza Brasil, conduzida pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
A partir desses dados, o Ministério estabelece metas globais e intermediárias, com o objetivo nacional de alfabetizar mais de 80% das crianças até 2030.
Segundo o modelo de avaliação, são consideradas alfabetizadas as crianças capazes de ler palavras, frases e textos curtos, localizar informações explícitas em textos de até seis linhas, como bilhetes, crônicas e trechos de contos infantis, e interpretar conteúdos que combinem linguagem verbal e não verbal.
Segundo a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Mato Grosso vem investindo de forma sistemática na melhoria da alfabetização com o Programa Alfabetiza MT, criado por lei estadual em 2021. A política é estruturada em cinco eixos: formação continuada de professores, avaliações externas de fluência, fortalecimento da gestão escolar, cooperação entre estado e municípios e distribuição de materiais pedagógicos complementares.
Desde a implantação, o programa realiza formações regulares com professores do pré-II e dos 1º e 2º anos do ensino fundamental, além de aplicar avaliações sistemáticas para acompanhar o progresso dos estudantes. Também investe na produção de materiais didáticos contextualizados e no reconhecimento de escolas com boas práticas, por meio do Prêmio Educa MT.
O programa conta com apoio técnico da Parceria pela Alfabetização em Regime de Colaboração (PARC), formada por organizações como a Fundação Lemann, Instituto Natura e Associação Bem Comum.
Iniciativa que, para a Seduc, fortalece a governança colaborativa entre os entes federativos e promove ações coordenadas para garantir que todas as crianças estejam alfabetizadas na idade certa.
“O progresso alcançado por Mato Grosso mostra que alfabetizar bem é possível quando há política pública estruturada, formação de professores e compromisso coletivo com a aprendizagem. Celebrar esse avanço é celebrar o futuro da educação brasileira”, destaca Daniela Caldeirinha, vice-presidente de Educação da Fundação Lemann.
“A alfabetização na idade adequada é um direito previsto na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e um marco essencial na trajetória escolar. Mato Grosso demonstra que, com articulação técnica, investimento e compromisso, é possível transformar os índices educacionais”, afirma Maria Slemenson, superintendente de políticas públicas do Instituto Natura.
Rui Matos | Seduc-MT