Polícia

Maricá: Morte de jornalista Romário Barros completa um ano sem punição

Há um ano, a família e amigos do jornalista e diretor do portal de notícias ‘Lei Seca Maricá’, Romário Barros, iniciaram uma jornada dolorosa em busca de justiça. Romário foi assassinado no dia 18 de junho de 2019, ao voltar de uma caminhada em Araçatiba, na Região Central de Maricá, quando foi alvejado por três tiros ao entrar em seu carro. No primeiro aniversário do crime, na sexta-feira (15), eles se veem sem respostas sobre o andamento da investigação.

Um dos fundadores do LSM, que completa dez anos este ano, Romário se dedicava ao jornalismo policial e deixou um legado para as futuras gerações. Em meio à saudade, colaboradores do portal deram continuidade dos projetos do jornalista. ”Agradeço a equipe que tenho, pois sei que, de alguma forma, foi Romário que me ajudou a ter e tem organizado lá de cima. É muito difícil, mas tentamos de todas as maneiras prosseguir com o trabalho que ele fazia. A saudade aperta todos os dias, não tem um dia em que não desejo que ele estivesse aqui, ” disse Denes Pereira, atual diretor do LSM, em entrevista ao portal.

As investigações sobre o crime continuam – sob sigilo – na Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG). O que preocupa os colegas de trabalho do jornalista. Segundo eles, a maior preocupação é se resguardar já que ainda não se sabe quem foi o autor do crime. O trabalho continua e mesmo com algumas precauções, o jornalismo irreverente de Romário Barros nunca deixará de existir no LSM. Para Islay Monnerat, viúva de Romário Barros, as lindas memórias ajudam a lutar contra a dor da saudade.

”Juntos construímos memórias lindas, que me ajudam a suportar a dor da sua ausência. Foi um ano de dor, saudade e inconformismo. Todos os dias a saudade está presente. Lidar com ela é uma luta diária. Tem dias que ela consome o peito, mas Deus dá muita força. Como marido, Romário ele era amoroso, generoso e engraçado. Romário foi um cara incrível e faço questão de falar isso sempre, assim como falar que Romário era um menino brincalhão, carinhoso, trabalhador, muito família e apaixonado pelo jornalismo, por maricá e pelos seus internautas”, afirmou emocionada Islay.

Para os amigos e pessoas que trabalhavam com Romário, o jornalista criou uma família ao invés de um grupo de trabalho. “Eu agradeço a Deus por te dado essa oportunidade de ter convivido e trabalhado o Romário. Foram momentos de crescimento, obtenção de experiência e aprendizado. O entrosamento de sua equipe, as conversas, as brincadeiras, fez com que formássemos não apenas um grupo de trabalho, mas uma família. E essa família hoje, ainda chora de saudade. Durma em paz, meu amigo. Fique bem nos braços do Pai” contou emocionado Pablo Caneco, que faz parte da equipe LSM há muitos anos.

PL que aumenta pena para crimes contra jornalistas

Em maio, o deputado Túlio Gadêlha (PDT-PE) apresentou um projeto de lei que visa alteração do Código Penal para tipificar crimes cometidos contra profissionais da imprensa no exercício da profissão ou em razão dela. O PL 2896/20 também inclui constrangimento e pede aumento de pena nos casos de lesão corporal e homicídio.

 O texto prevê que a pena em caso de homicídio de jornalistas será de 12 a 30 anos de prisão. Em caso de lesão praticada contra profissional da imprensa, a pena aumenta em 1/3. “Constranger profissional da imprensa, mediante violência ou grave ameaça, de forma a impedir o exercício de sua profissão” terá como pena a detenção de seis meses a 2 anos, e multa, além da pena correspondente à violência. A pena é aumentada em um terço, se do fato resulta prejuízo ao trabalho investigativo.

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