Cidades

Filha perde R$ 150 mil em golpe ao acreditar que a mãe tinha sido sequestrada, em Goiás

Sete suspeitos foram presos na região Sudeste do Brasil. Mulher foi abrigada a passar madrugada em chamada de vídeo e transferir valores.

Vinícius Silva | g1 Goiás

Uma filha perdeu cerca de R$ 150 mil depois de ser enganada em um golpe ao creditar que a mãe tinha sido sequestrada, em Goiás. De acordo com a Polícia Civil (PC), os suspeitos tinham informações da família da mulher e da empresa da família, e isso fez com que ela acreditasse no golpe. Sete suspeitos foram presos em São Paulo, Minas Gerais e no Rio de Janeiro.

Os nomes dos suspeitos não foram divulgados pela polícia. Por isso, até a última atualização dessa matéria, o g1 não conseguiu falar com as defesas.

Segundo a delegada Thaynara Andrade, que está investigando o caso, em abril de 2024 a vítima recebeu uma vídeochamada dos suspeitos dizendo que estavam com a mãe dela,. Na ocasião ela contou ter ouvido uma voz de mulher.

“Ela acreditou porque os criminosos foram informando dados de familiares como nome, aniversário, citaram também a empresa da família, do ramo agropecuário. Acreditou que a mãe estaria em poder desses criminosos e efetuou diversas transferências bancárias”, contou a delegada.

Ainda segundo Thaynara, durante cerca de seis horas os suspeitos obrigaram a mulher espelhar a tela do celular para que pudessem ver o que ela estava fazendo. “Ela efetuou transferências no total de R$ 300 mil, mas ela conseguiu reaver estornos com o banco de cerca de metade desse valor”, disse.

A delegada disse que o golpe só foi descoberto no outro dia quando a mãe dela apareceu no apartamento porque ela não respondia as chamadas dos familiares. Depois disso a mulher procurou a polícia. “Ela estava com os criminosos na linha, que não permitiam que ela conversasse com ninguém”, contou.

Prisão

Segundo a delegada Thaynara, os criminosos que receberam esses valores já foram identificados. São dois em Belo Horizonte, em Minas Gerais, que já foram presos; quatro em Guarujá, São Paulo; e outros onze no estado do Rio de Janeiro, divididos nas cidades de Mesquita, Duque de Caxias, São João de Meriti. Até o momento, a polícia confirmou sete prisões.

“Estão sendo investigados pelos crimes de extorsão e associação criminosa e em paralelo ocorre também a investigação financeira do crime com a quebra de sigilo bancária para descobrir quem seriam os mentores do crime, ou seja, os principais beneficiários, os destinatários finais dos valores transferidos pela vítima”, esclareceu Thaynara.

Recomendações e cuidados

A delegada explica que pode acontecer vazamento de dados em cadastros da internet contendo nome, CPF, às vezes até dados bancários de vítimas. No caso da vítima de Goiânia a delegada explicou:

“Eles estudaram a vítima, puxaram os familiares dessa vítima a partir dos dados dela, pode ter sido a partir dos dados da empresa, porque o CNPJ fica ali disponível na internet, então eles podem ter descoberto quem seria a proprietária, os sócios da empresa e a partir de então agiram”, disse.

Então a polícia recomenda:

cuidado com sites onde as pessoas expõem os dados;

cuidado com sites falsos ou sites duvidosos;

cuidado na criação de contas;

cuidado com clique de links que são enviados por e-mails;

cuidado com SMS que podem instalar algum tipo de vírus no seu celular ou no computador; que cuidado com a exposição em mídias sociais.

“A gente também recomenda que os familiares possam criar algum tipo de código entre si para que em situações de risco seja utilizado o código, e assim para confirmar realmente que aquela pessoa está envolvida naquilo”, completou a delegada.

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