Política

Ex-prefeito de Confresa revendeu lote da reforma agrária e obteve lucro de 35 mil %

Bárbara Sá | RDNews

O ex-prefeito de Confresa Gaspar Lazari é um dos alvos da Operação Usurpare, deflagrada hoje (30) para cumprimento  de mandados de busca e apreensão e sequestro de bens. Essa não é a primeira vez que ele é alvo de ações da Polícia Federal. Em 2019,  ele foi preso pela Operação Tapiraguaia.

As investigações da Operação Usurpare  apontam Gaspar Lazari  adquiriu um imóvel do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o revendeu com 35 mil % de lucro. Estima-se que o prejuízo  ao cofres públicos causado em razão das supostas fraudes supere o montante de R$ 15 milhões.

De acordo com informações apuradas pelo ,  o ex-prefeito adquiriu do Incra o imóvel é destinado à reforma agrária pelo montante de R$ 24,5 mil, parcelados e m 17 vezes sem juros. Após dois meses,   Gaspar Lazari  teria vendido o mesmo imóvel à uma imobiliária pelo valor de R$ 8,4 milhões.  Com isso, obteve o lucro astronômico de 35 mil%.

De acordo com a PF, mais de 30 policiais federais, além de auditores da Controladoria-Geral da União, participaram da Operação Usurpare. Estão sendo cumpridos oito mandados de busca e apreensão, seis medidas judiciais de sequestro de bens e duas ordens judiciais de afastamento de cargo público, para servidores do  Incra.

Investigações

As investigações começaram em 2021, após materiais apreendidos na Operação Tapiraguaia,  através da análise.  Foi possível descobrir que aparentemente Gaspar Lazari não tinha o direito ao benefício ou ao imóvel. Por diversos motivos: incompatibilidade da função pública desempenhada, a sua condição de empresário, incompatibilidade de renda, ausência de moradia no local e ausência de trabalho laboral na terra. Dois servidores do Incra são suspeitos de terem colaborado com a operacionalização do esquema que aparentemente beneficiou indevidamente o político.

Segundo o Delegado de Polícia Federal Mário Sérgio Ribeiro de Oliveira, responsável pelas investigações, “um dos servidores do INCRA é suspeito de ter autorizado a compra do imóvel, quando sabia que as informações inseridas nos formulários do Incra  eram em tese inverídicas, ao passo que o outro é suspeito de ter autorizado a venda do imóvel após 02 (dois) meses da compra, quando a Lei exige o prazo de 10 (dez) anos após a compra.”

Uma das filhas de Gaspar Lazari é suspeita de também ter se beneficiado com o mesmo esquema, através de aquisição e venda de imóvel do Incra nas mesmas condições.

O delegado suspeita que mais de 200 lotes que foram doados pela União a Confresa, para fins de regularização fundiária urbana, a pessoas de baixa renda, tenham sido alienados pelo preço de 5% do valor venal, pelo mesmo político, diretamente a uma empresa de titularidade da esposa e familiares.

O Inquérito Policial deve ser concluído no prazo de 30 dias. Se condenados, os investigados poderão, se condenados à pena de prisão de até 32 anos, consideradas as penas máximas dos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, estelionato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

Tapiraguaia

O ex-prefeito foi preso durante a segunda fase da Operação Tapiraguaia. De acordo com a denúncia, o ex-prefeito, beneficiado com recursos federais, realizavam licitações repletas de irregularidades, combinando previamente com os empresários contratados para a execução das obras. Exigiam propinas a essas pessoas, na medida em que fossem realizados os pagamentos.

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