Cidades

Escola em que aluna foi agredida por colegas no estilo “facção” passa a ser cívico-militar

O crime ocorreu no dia 5 de agosto, quando vídeos das agressões circularam nas redes sociais.

Da redação | RDNews

A Escola Estadual Carlos Hugueney, em Alto Araguaia (a 421 km de Cuiabá), passou a integrar oficialmente o modelo cívico-militar da Rede Estadual de Ensino, nesta quarta-feira (13). A unidade escolar foi palco de cenas de terror, no início do mês, após a divulgação de vídeos em que uma aluna é agredida brutalmente por outras quatro colegas. Em depoimento, as adolescentes afirmaram que tiveram como inspiração o modus operandi de facções criminosas, como a prática do chamado “salve”.

Conforme publicado pelo , a mudança do modelo de ensino foi anunciada pelo secretário de Estado de Educação, Alan Porto, em uma coletiva de imprensa no dia 6 de agosto, um dia após a circulação dos vídeos das agressões contra a aluna em que é possível ver a estudante sendo colocada de joelhos enquanto passa pela sessão de espancamento, sendo agredida com socos na cabeça, nas costas, costela, chutes e até mesmo com um cabo de vassoura.

“A gente vai continuar avançando forte nessas intervenções e não vamos permitir que nenhuma escola do Estado de Mato Grosso tenha qualquer tipo de organização nesse sentido”, apontou Porto, durante a coletiva.

Segundo o delegado Marcos Paulo Batista de Oliveira, responsável pelas investigações sobre o caso, o grupo é composto por meninas entre 11 e 14 anos e foi criado inspirado em facções criminosas. As garotas teriam ainda espancado outras quatro colegas que “descumpriram” as regras do grupo. O delegado também informou que as famílias de algumas das meninas que fazem parte do grupo têm envolvimento com facção criminosa.

A 1ª Vara de Alto Araguaia determinou a internação das quatro adolescentes. A Seduc informou, assim que soube do ocorrido, que as equipes gestora e psicossocial da unidade e da Diretoria Regional de Educação já foram mobilizadas para prestar atendimento à vítima, aos demais envolvidos e às suas famílias, com o objetivo de oferecer acolhimento e suporte necessários.

Nova etapa

Para o secretário de Estado de Educação, Alan Porto, esse vínculo histórico reforça a identidade e o simbolismo da nova etapa que a unidade vive. “O momento representa mais do que uma mudança administrativa. É a promessa de um futuro com mais organização, valores e condições estruturais para que cada aluno desenvolva seu potencial”.

O secretário destacou que, além da mudança de modelo, a Seduc está investindo R$ 4,6 milhões na melhoria da infraestrutura da escola. O projeto inclui a reforma e ampliação do bloco educacional, construção de um bloco administrativo, pórtico de entrada, quadra poliesportiva e vestiário.

“Estamos construindo não apenas novos espaços, mas novas oportunidades para esses jovens, unindo disciplina, cidadania e ensino de qualidade. Assim, fortalecemos o processo pedagógico e o apoio psicossocial ofertado pela Diretoria Regional de Educação”, afirmou Alan Porto.

O deputado estadual, Sebastião Resende, que esteve na escola hoje, lembrou que a transformação da escola para o modelo cívico-militar foi aprovada pela comunidade durante audiência pública na Câmara de Vereadores de Alto Araguaia.

“A população lotou o recinto numa mostra de apoio incondicional. O modelo é diferenciado e não tenho dúvida de essa escola começa a escrever um novo capítulo da sua história”, relembrou o parlamentar.

A diretora da escola, Elizabeth Paes Teixeira, reforçou dizendo que as escolas cívico-militares contam com os mesmos professores das unidades regulares, mesmo material didático, mesma metodologia de ensino e todos os recursos tecnológicos implantados nas demais escolas da rede.

“Já sentimos diferença na questão do respeito, disciplina e foco, pois, os dois militares da reserva já começaram a trabalhar auxiliando a direção e no monitoramento do pátio, da entrada e saída dos alunos”, explicou Elizabeth, esclarecendo que nos próximos dias um terceiro militar da reserva vai completar a nova equipe da escola.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo