Polícia

Em audiência, juiz mantém prisão de suspeita de filmar decapitação de jovem

Magistrado determinou que investigada seja mandada para presídio feminino; tatuagens ajudaram na sua identificação

Allan Pereira | RDNews

A suspeita Nithiely Catarina Day Souza, 19 anos, apontada por participar da execução e decapitação de Gediano da Silva, teve a prisão mantida em audiência de custódia na noite de quinta (3).

O autor da decisão é o juiz Hugo José Freitas da Silva, da 1º Vara Criminal de Lucas do Rio Verde (a 354 km de Cuiabá), em ato que ocorreu pela plataforma Microsoft Teams.

“Não há ilegalidade ou irregularidade na prisão da custodiada”, escreveu o magistrado na decisão.

O juiz Hugo também determinou que Nithiely, que é conhecida como “princesinha macabra” no mundo do crime em Lucas do Rio Verde e Emanuely Souza nas redes sociais, seja “imediatamente para uma unidade prisional feminina do Estado”.

Antes da audiência, a suspeita foi interrogada pelo delegado Marcello Henrique Maidame e ficou em silêncio com o advogado. “Ela optou pelo direito constitucional de ficar calada”, diz a autoridade que investiga a morte de Gediano.

Contudo, o delegado aponta que a participação dela é nítida em um vídeo vazado da execução de Gediano, onde aparece um braço com tatuagens que seria de Nithiely.

“Por aquele vídeo é possível identificar que ela participou da execução. Nós já tínhamos também outras informações colhidas nas investigações que nos levaram até ela”, explicou.

As investigações apontam que Nithiely faz parte da hierarquia como disciplina e que cobra dos membros da organização que descumprem as normas do CV.

Além de Nithiely, um rapaz de 21 anos também foi preso pela suposta participação no brutal homicídio de Gediano, menos de 24 horas depois do crime. Outras três pessoas envolvidas já foram identificadas, mas eles ainda não foram presos. Polícia Civil investiga o caso.

Homicídio de Gediano

Gediano, mais conhecido como Gegê, foi morto em Lucas do Rio Verde (a 354 km de Cuiabá) no dia 24 de janeiro. Após ser decapitado, os criminosos enrolaram a cabeça da vítima em um saco de lixo e descartaram na avenida Goiás, do bairro Veneza. Na manhã do dia seguinte (25), o restante do corpo foi encontrado no rio Piranhas.

Cabeça de Gediano foi encontrado por populares, por volta das 20h, da última terça. A mãe da vítima foi ao local e reconheceu o filho. Ela ainda contou aos policiais que dias antes, Gediano tinha dito que iria vender um aparelho celular para pagar uma dívida com traficantes.

Por volta das 9h do dia seguinte, a PM foi informada que o restante do corpo de Gediano foi achado com as mãos amarradas. Às margens do rio havia uma poça de sangue. De acordo com a PM, o rapaz possui passagens criminais, contudo, não foi informado por quais crimes. A Polícia Civil investiga o caso.

As investigações conduzidas pelo delegado Maidame apontam que Gediano, que também faz parte da facção Comando Vermelho, estava vendendo drogas sem a autorização da organização. “A facção determina que os usuários ou fornecedores não autorizam quem não seja avalizado por eles ”, diz o delegado.

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