Conselho Nacional de Justiça afasta juiz de Vila Rica por venda de sentença
A determinação ocorreu após a descoberta de evidências que o ligam ao esquema ilícito.
Redação | Estadão Mato Grosso
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) afastou nesta sexta-feira, 11 de outubro, o juiz de direito Ivan Lúcio Amarante, da comarca de Vila Rica. A decisão é desdobramento da investigação que aponta o envolvimento do magistrado em um esquema de venda de sentenças, revelado por meio de registros encontrados no celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado no ano passado.
A determinação ocorreu após a descoberta de evidências que o ligam ao esquema ilícito. As provas foram obtidas durante uma perícia no celular de Zampieri, morto a tiros em 5 de dezembro de 2023. O advogado, que já estava sendo investigado por corrupção ativa e advocacia predatória, tinha mensagens e trocas de áudios que revelavam tratativas suspeitas sobre sentenças favoráveis em processos judiciais na comarca de Vila Rica. O nome de Amarante surgiu nas investigações como o magistrado responsável por dar as decisões mediante pagamento.
O caso ganhou notoriedade ao longo do último ano, com a morte de Zampieri acirrando as investigações. Autoridades policiais indicaram que a morte do advogado poderia estar diretamente ligada ao esquema de venda de sentenças, apontando para um possível acerto de contas.
Com a determinação do afastamento do juiz Ivan Lúcio Amarante, o CNJ busca preservar a integridade do Judiciário enquanto as investigações se aprofundam. O órgão abriu um processo administrativo disciplinar para apurar a conduta do magistrado. Além disso, a corregedoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso também segue investigando o caso.