Ciência fortalece ações de proteção aos rios e nascentes no Alto Araguaia
Os estudos já foram publicados em revistas científicas internacionais.

Assessoria
Para avançar na proteção dos rios e nascentes, o Comitê de Bacias Hidrográficas do Alto Araguaia (CBH) conta com um importante aliado no campo da ciência. O Laboratório de Ecologia e Conservação de Ecossistemas Aquáticos, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) – campus Araguaia, liderado pelo professor Leandro Brasil, vem desenvolvendo pesquisas que contribuem diretamente para a preservação do Córrego Fundo e das nascentes do Alto Araguaia. Ao longo da parceria, já foram concluídos três trabalhos de graduação em Ciências Biológicas.
O primeiro foi desenvolvido por Rafaela Martins, que durante a graduação foi bolsista do CBH. O estudo teve como objetivo medir o índice de integridade de nascentes do Cerrado a partir de uma ferramenta simplificada e eficiente para o planejamento da conservação. A pesquisa catalogou as nascentes da região do Alto Araguaia e propôs uma metodologia de avaliação que permite ao profissional em campo diagnosticar se a nascente está preservada ou necessita de recuperação. Com a metodologia criada, torna-se possível identificar quais nascentes devem ser priorizadas para ações de recuperação, garantindo um trabalho mais ágil e eficiente.
O segundo estudo, desenvolvido por Vanessa de Almeida, investigou insetos aquáticos que funcionam como indicadores da qualidade ambiental e da água em riachos da região do Alto Araguaia. Esses organismos desempenham papel essencial nos ecossistemas aquáticos, atuando na fragmentação de folhas e contribuindo para a ciclagem de nutrientes, o que impacta diretamente na manutenção e limpeza dos riachos.
Já o pesquisador João Batista realizou um trabalho comparativo entre duas espécies de insetos aquáticos da região do Araguaia, reconhecidas por seu papel como fragmentadores de folhas que auxiliam na decomposição da matéria orgânica nos cursos d’água. O estudo buscou responder à seguinte questão: há diferença na fragmentação foliar entre os gêneros Phylloicus e Triplectides em riachos do Cerrado?
Esses trabalhos, realizados em parceria entre a universidade e o CBH, contribuem para a valorização dos recursos hídricos do Alto Araguaia, alinhando-se à missão do Comitê.
Para a presidente do CBH, Cristhiane Vasconcelos, a ciência é uma aliada essencial. “Ter um laboratório tão engajado com pesquisas sobre os recursos hídricos da nossa região é fundamental para a eficácia das ações do comitê. As pesquisas desenvolvidas pelos alunos do professor Leandro são norteadoras em diversos aspectos para a preservação das nascentes”, afirmou.
Os estudos já foram publicados em revistas científicas internacionais, levando a ciência produzida no Araguaia a ganhar destaque e reconhecimento, como uma valorização do território e dos recursos hídricos presentes na região.