Apontado como autor de chacina em MT, pedreiro faz 3 refeições e tem banho de sol – rotina
Gilberto foi para a PCE após confessar ter matado uma mulher e suas três filhas. Ele está preso no mesmo raio que Sandro Louco, apontado como líder do CV.
Luis Vinicius | RDNews
Indiciado por uma série de crimes bárbaros contra uma família de Sorriso (MT), o pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos, 32 anos, segue preso em uma cela isolada da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, enquanto Ministério Público decide sobre denúncia.
No raio de segurança máxima – mesmo que abriga Sandro Louco, apontado como principal liderança do Comando Vermelho – o investigado tem uma rotina diferenciada dos demais internos por estar constantemente com a sua integridade física ameaçada até por outros criminosos reclusos no maior complexo carcerário do estado. O 
vai trazer nesta matéria um pouco do cotidiano do homem que é considerado um “serial killer” pela Polícia Civil.
Gilberto está recluso no raio 8 desde a sua chegada à unidade em 29 de novembro. Ele foi preso no dia 27 de novembro suspeito de ter invadido uma casa e ter assassinado Cleci Calvi Cardoso, 46 anos, e das filhas dela: Miliane Calvi Cardoso, 19 anos, e as menores M.C.C, 13 anos, e M.C.C., 10 anos. No entanto, devido à brutalidade dos crimes, o caso ganhou repercussão e ele passou passou a receber ameaça de linchamento ainda no dia da prisão.
Na mesma data, ele foi transferido à Penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Leite Ferreira, conhecida como “Ferrugem”, em Sinop (500 km de Cuiabá). No entanto, ele permaneceu no local apenas por dois dias e foi transferido à PCE. A decisão é do juiz Walter Tomaz da Costa, da Vara Criminal da cidade.
O raio 8
O espaço é o que abriga presos que mais exigem maior atenção por parte do Estado, os considerados presos de alta periculosidade. Nesse perfil, são considerados indivíduos que representam uma ameaça significativa à segurança, seja dentro ou fora do sistema prisional.
Geralmente, são criminosos condenados por crimes graves, como homicídios, tráfico de drogas ou outros delitos violentos. A classificação de “alta periculosidade” é baseada na avaliação do histórico criminal, comportamento na prisão e outros fatores que indicam um risco elevado de comportamento violento ou de fuga.
Neste mesmo raio, além de Gilberto e Sandro Louco, também está recluso o autor confesso da chacina de Sinop (500 km de Cuiabá), Edgar Ricardo de Oliveira, 30 anos, reú pela morte de sete pessoas.
A rotina
Rodinei Crescêncio/Rdnews
Conforme apurado pela reportagem, Gilberto acorda às 7 horas diariamente e se encaminha para o café da manhã que é realizado às 07h30. Após a refeição matinal, ele vai para o banho de sol, que não tem hora para começar, mas que tem o prazo para de duas horas.
O banho de sol é realizado na própria cela do detento, mas em um espaço destinada à atividade, que é feita de maneira isolada. Gilberto não tem qualquer tipo de contato com os outros presos.
Após a “recreação”, ele retorna à cela. Às 11h30, os detentos almoçam. Todas as refeições são realizadas na cela. O jantar é servido às 17 horas. Os detentos são monitorados por câmeras 24 horas.
Apenas policiais penais, que estejam de plantão, são autorizados para entrar no raio. Em relação às visitas, eles têm direito a receber uma por mês. Apenas os advogados têm acesso aos detentos de segunda a sexta. Não existe diferença entre dias da semana e finais de semana.
Como é o espaço
Em fevereiro deste ano, a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) regulamentou a rotina, procedimento de transferência e inclusão de presos no raio 8.
No local, considerando o artigo 88 da Lei de Execução Penal, o detento será alojado em cela individual com área mínima de seis metros quadrados, dormitório, aparelho sanitário e lavatório.
