Polícia

Ana Claudia Flor é condenada a 18 anos de prisão pela morte do marido

Tribunal do Júri foi realizado nesta segunda (17); Toni Flor foi morto em agosto de 2020 quando saia da academia que era proprietário.

Bárbara Sá | RDNews 

Ana Claudia Flor foi condenada a 18 anos de prisão por ser a mandante da execução do marido Toni Flor, morto a tiros em agosto de 2020, em Cuiabá. O Tribunal do Júri foi realizada nesta segunda-feira (17). A sessão foi presidida pela juíza Monica Catarina Perri Siqueira, da 1ª Vara Criminal de Cuiabá. A condenada não pode recorrer em liberdade.  Ele já está presa desde agosto de 2021.

“Pelo exposto e considerando a vontade soberana do Conselho de Sentença, condeno a acusada Ana Claudia de Souza Oliveira Flor, qualificada nos autos, nas sanções do artigo 121, § 2º, inciso IV, c/c o artigo 29, ambos do Código Penal, com as implicações da Lei nº 8.072/90, alterada pela Lei nº 11.464/2007, à pena privativa de liberdade de 18 (dezoito) anos de reclusão, no regime inicialmente fechado”, diz a decisão.

Durante as investigações, a mulher confessou ter pago R$ 60 mil para que atiradores executassem Toni Flor. Após a morte, os assassinos jogaram a arma foi no Lago do Manso. Segundo a polícia, Ana Claudia cometeu o crime por interesse na herança da vítima e na tentativa de esconder outros relacionamentos, que ela nega.

“Presente a agravante prevista no artigo 61, inciso II, “e”, do Código Penal, porquanto a ré era casada com a vítima. Em decorrência, elevo a pena em 02 (dois) anos, redimensionando-a para 18 (dezoito) anos de reclusão. Não há nenhuma circunstância atenuante a ser aplicada no caso concreto, nem mesmo a da confissão espontânea”, destacou  magistrada.

Júri

O Conselho de Sentença não reconheceu que a acusada agiu sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida à injusta provocação da vítima, ou seja motivada por ter sido vítima de violência do marido, como ela alega.

Também não reconheceu que a acusada agiu impelida por motivo de relevante valor moral; reconheceu que o crime foi cometido mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e conheceu que a acusada tinha conhecimento de que o crime seria praticado mediante recurso que dificultasse a defesa da vítima. O Tribunal do Júri não reconheceu que o crime foi cometido por motivo torpe, o que poderia elevar a sentença.

Depoimento

Segundo relembrou a mãe de Toni, eles eram um “casal normal”, que brigavam, mas no outro dia “estava tudo bem”. Ela nega ter presenciado agressões, porém, em uma das brigas, Toni foi para um hotel.

Ela também disse que Ana tinha um temperamento difícil e quando ficava irritada, costumava quebrar as coisas da casa. “Falava uma coisinha para ela, ela não gostava e jogava tudo no chão. Um dia ele disse ‘mãe vamos lá em casa me ajudar a arrumar’, e estava tudo sujo de caco de vidro”.

A testemunha contou ainda que Quando Toni dizia que iria se separar dela, Ana ficava agressiva e ainda brigava com a filha mais velha. “Quando brigava com ele, ela dizia para a mais velha “vai para seu quarto porque não quero ver sua cara, você tem a cara do seu pai”.

No dia que a filha deu a notícia que Toni foi assassinado, Leonice teve a intuição que Ana Claudia era a mandante. Porém, quando disse isso, os próprios parentes falavam para ela não pensar isso, apesar de dois irmãos de Leonice concordarem.

O crime

Na época do crime, Ana Claudia e Toni eram casados há 15 anos e tinham  filhas, que hoje estão com 11, 10 e 6 anos. Como a mãe está presa desde 2021, as crianças estão com a avó materna.

Toni foi assassinado, em agosto de 2020, a tiros no momento em que chegava na academia, da qual era proprietário, no bairro Santa Marta, em Cuiabá. Ele foi socorrido e levado para atendimento hospitalar, contudo, seu quadro evoluiu para óbito no dia seguinte, em 12 de agosto de 2020.

Após a morte, Ana Claudia liderou uma série de manifestações para que a polícia descobrisse os assassinos e pedindo justiça pelo marido. De acordo com a Polícia Civil, era tudo armação para tentar disfarçar a responsabilidade e tentar saber em que situação andava a investigação sobre o crime.

 

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