Deputado Gilberto Cattani diz que desistiu de acompanhar julgamento: Não existe justiça
Para o deputado, o processo está demorando muito, o que deixa uma sensação de impunidade.

João Aguiar e Patrícia Sanches | RDNews
Um ano e quatro meses após o feminicídio da filha, o deputado estadual Gilberto Cattani (PL) afirmou que desistiu de acompanhar o julgamento do crime. Raquel Cattani foi morta com mais de 30 facadas, em julho de 2024, após ser atacada no sítio onde morava, na região do Pontal do Marape, em Nova Mutum (MT).
Segundo a Polícia Civil, os golpes em Raquel foram desferidos pelo ex-cunhado, Rodrigo Xavier, após promessa de recebimento de R$ 4 mil de seu irmão e ex-marido de Raquel, Romero Xavier, acusado de ser o mandante do crime. Ambos foram denunciados pelo Ministério Público e se tornaram réus na Justiça.
No entanto, para Cattani, o processo está demorando muito, o que deixa uma sensação de impunidade. “Eu nem estou acompanhando mais, desisti. Eu sou bem sincero, não existe justiça no nosso país, não existe justiça. Sensação de impunidade total”, dispara.
“Não quero saber, deixa o cara lá. Se ele vai ser condenado, não vai, eu não quero mais saber. Eu vou sim [ao julgamento], eu vou por causa da Sandra [esposa do deputado], que pede muito para eu ir”, acrescenta.
Ainda conforme o deputado, até o processo que fala sobre a guarda dos filhos de Raquel está sem definição. “A guarda dos meninos ainda está indefinida, já faz quase 2 anos [do crime]. O espólio da Raquel, o inventário até hoje não foi decidido. Nós não sabemos o que fazer. Tem dois anos, não temos informação de nada”, lamenta.
O deputado também criticou o rito das audiências. Ele conta que Rodrigo e Romero conseguiram ouvir o seu depoimento, mas ele não pôde ouvir o que os irmãos falaram. “Os marginais estavam lá, olhando e escutando e nós não pudemos ouvir o que eles falaram. Mas eles podem ouvir o que nós vamos falar, para eles se autodefenderem. Está tudo errado. E não é culpa do juiz que está ali. Eles são obrigados a fazer aquilo que a legislação manda. A nossa legislação é muito branda. Não existe justiça no nosso país. Essa que é a verdade”, salienta.
O crime
Segundo a Polícia Civil, os golpes em Raquel foram desferidos pelo ex-cunhado, Rodrigo Xavier, após promessa de recebimento de R$ 4 mil de seu irmão e ex-marido de Raquel, Romero Xavier, acusado de ser o mandante do crime. Ambos foram denunciados pelo Ministério Público e se tornaram réus na Justiça pelo crime.
De acordo com as investigações, no dia do crime Rodrigo teria chegado na casa de Raquel, se escondido dentro do quarto, esperado a vítima chegar e a atacado com golpes de faca. As diligências prosseguiram e, diante da desconfiança de que a cena do crime poderia ter sido armada, a atenção foi voltada ao ex-marido de Raquel, que mantinha comportamento possessivo e não aceitava o término da relação com a vítima.
Diante disso, a Polícia Civil descobriu que Rodrigo tinha diversas passagens por furtos e outros crimes, além de ter sido usuário de entorpecentes no passado. Os irmãos foram presos cinco dias após o crime. Romero, foi detido na casa do deputado Gilberto Cattani, enquanto Rodrigo foi preso em Lucas do Rio Verde.







