MT tem 11 empregadores na “lista suja” do trabalho escravo; veja nomes
Empregadores, entre pessoas físicas e jurídicas, estão espalhados em nove municípios do estado.

Maryelle Campos | RDNews
Mato Grosso possui 11 empregadores, entre pessoas físicas e jurídicas, que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão. Os nomes foram divulgados na “Lista Suja do Trabalho Escravo” na última segunda-feira (6), após atualização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O documento aponta que esses empregadores foram responsáveis por manter 41 trabalhadores em condição de trabalho escravo. Todos já foram resgatados.
Publicada semestralmente, a lista abrange os anos entre 2020 a 2025. Dos casos, a maioria está relacionada à pecuária, serviços domésticos e cultivo agrícola. A nova atualização incluiu, ao todo, 159 empregadores de todo o país, sendo 101 pessoas físicas e 58 pessoas jurídicas, o que representa um aumento de 20% em relação à atualização anterior.
Em Mato Grosso, os empregadores da lista estão espalhados por nove municípios do estado, sendo eles Nova Maringá, Chapada dos Guimarães, Alta Floresta, Cuiabá, Nova Xavantina, Comodoro, Cáceres, Juína e Vila Bela da Santíssima Trindade.
No topo do ranking dos que mais utilizaram mão de obra análoga à escravidão aparece a empresa de garimpo de ouro RC Mineradora, localizada em Alta Floresta. Conforme o MTE, a empresa foi responsável por manter 10 trabalhadores nessa condição.
Já no segundo lugar aparecem, lado a lado, dois empregadores: a Madeireira Medianeira, localizada em Nova Maringá, e a pessoa física Tomas Andrzejewski, de Vila Bela da Santíssima Trindade. Ambos foram responsabilizados por 7 trabalhadores cada.
“A inclusão no Cadastro só ocorre após a conclusão de processos administrativos, nos quais são assegurados aos autuados o contraditório e a ampla defesa. Os nomes permanecem publicados por dois anos. Nesta atualização, além das novas inclusões, foram excluídos 184 empregadores que já haviam completado esse período”, afirmou o MTE.
Confira, abaixo, os empregadores de Mato Grosso que aparecem na “Lista Suja”:
- RC Mineradora Ltda – 10 trabalhadores resgatados
- Madeireira Medianeira Ltda e Tomas Andrzejewski – 7 trabalhadores resgatados de cada
- Guizardi Junior Construtora e Incorporadora Ltda – 5 trabalhadores resgatados
- Manoel dos Santos e Tomaz Edilson Filice Chayb – 3 trabalhadores resgatados de cada
- Roberto dos Santos – 2 trabalhadores resgatados
De todos os próximos empregadores, ao menos um trabalhador foi resgatado:
- Eduardo Antonio Barros da Silva
- Vilson Balotin
- Welmiston Aparecido Oliveira Borges
Wilson José de Andrade Guedes
Divulgação
Em 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a constitucionalidade da criação e manutenção do Cadastro de Empregadores, conhecido como “Lista Suja do Trabalho Escravo”. A decisão reforça que a publicação do cadastro não se trata de uma penalidade, mas sim de uma medida de transparência ativa por parte da Administração Pública. Essa prática está alinhada ao princípio constitucional da publicidade dos atos do poder público e à Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011), que garante o direito de acesso à informação e determina que os órgãos públicos devem divulgar, de forma proativa, dados de interesse coletivo ou geral, em local de fácil acesso.