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Pequi pode ajudar no tratamento de doenças nos rins e reduzir colesterol, apontam estudos

Rico em antioxidantes e compostos bioativos, fruto típico do Cerrado chama atenção de pesquisadores. Especialistas alertam que o consumo deve ser moderado e não substitui tratamento médico.

Bárbara França | g1 Goiás

O pequi, fruto típico do Cerrado, pode contribuir para a prevenção e manejo de doenças renais crônicas e ainda ajudar na redução do colesterol ruim (LDL), segundo estudos experimentais. A nutricionista Vivian Serra da Costa, do Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP), explica que os benefícios estão ligados principalmente ao alto teor de antioxidantes e compostos anti-inflamatórios presentes na polpa.

“Os estudos apontam que o pequi tem efeito nefroprotetor, ou seja, protege os rins. Isso porque ele ajuda a reduzir inflamações, marcadores de estresse oxidativo e até a proteinúria, que é a perda de proteína pela urina”, detalha Vivian.

Segundo a especialista, o fruto também pode auxiliar no controle do colesterol. Pesquisas mostraram melhora no perfil lipídico, com aumento do colesterol bom (HDL) e redução do ruim (LDL). “Isso tem relação direta com a presença de ácidos graxos e antioxidantes, que ajudam a equilibrar as taxas no organismo”, complementa.

Nutrientes e propriedades

O pequi é rico em ácidos graxos monoinsaturados, como o ômega-9, além de conter vitamina A (na forma de β-caroteno), vitaminas do complexo B, vitamina E e minerais como cálcio, fósforo, potássio e magnésio. Também possui fibras e compostos fenólicos com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.

“Apesar dos benefícios, precisamos lembrar que os estudos clínicos ainda são limitados. O pequi não é remédio, é um alimento que pode somar dentro de um estilo de vida saudável”, alerta Vivian.

Essas características fazem do fruto um aliado potencial na prevenção de doenças ligadas ao estresse oxidativo e inflamação crônica, como a doença renal crônica (DRC) e problemas cardiovasculares.

Pequi com casca em pequizeiro, em Goiás — Foto: Diomício Gomes/O Popular

Como consumir

De acordo com Vivian Serra, o preparo influencia na preservação dos nutrientes. O cozimento leve e o uso do óleo de pequi prensado a frio, em saladas ou finalização de pratos, ajudam a manter antioxidantes e vitaminas. Já frituras prolongadas devem ser evitadas, pois degradam compostos bioativos.

O consumo seguro deve ser moderado: uma ou duas colheres de chá de óleo por dia, ou o fruto em receitas tradicionais, como arroz com pequi ou caldo. Em excesso, o pequi pode provocar desconfortos gastrointestinais e contribuir para aumento de peso, já que é altamente calórico.

Atenção e contraindicações

Por ser rico em potássio, o pequi pode ser contraindicado em estágios avançados da doença renal crônica, quando há risco de hipercalemia (excesso de potássio no sangue). Pessoas com problemas hepáticos, colesterol alto, gestantes ou quem faz uso crônico de medicamentos devem consumir o fruto com acompanhamento profissional.

“Mesmo com boas propriedades, nenhum alimento deve ser exclusivo na dieta. A variedade alimentar é essencial para manter o equilíbrio nutricional”, reforça a nutricionista.

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