Advogados são presos em operação por rombo de R$ 21 milhões na Justiça de MT
Ao todo, estão sendo cumpridos 11 mandados de prisão, sendo sete contra advogados.

Victória Oliveira e Cleto Kipper | g1 MT e TV Centro América
Sete advogados que atuam no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), em Cuiabá, foram presos nesta quarta-feira (30) durante a Operação Sepulcro Caiado, que investiga um esquema que causou um rombo de mais de R$ 21 milhões aos cofres públicos.
Além dos advogados, outras quatro pessoas também foram presas durante a operação. As investigações miram em advogados e pessoas ligadas a integrantes do judiciário.
Na operação, foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 22 mandados de busca e apreensão, 16 ordens de bloqueio judicial, além de 46 quebras de sigilo fiscal e bancário e sequestro de 18 veículos e 48 imóveis. As ordens judiciais são cumpridas em Cuiabá, Várzea Grande e na cidade de Marília (SP).
Entre os alvos estão:
- Wagner Vasconcelos de Moraes – Advogado
- Melissa Franca Praeiro Vasconcelos de Moraes – Advogada
- Luiza Rios Ricci Volpato – Sócia de empresa credora e beneficiária no esquema
- Augusto Frederico Ricci Volpato – Sócio de empresa credora e beneficiário no esquema
- Rodrigo Moreira Marinho – Advogado
- Themis Lessa da Silva – Advogado
- João Miguel da Costa Neto – Advogado
- Mauro Ferreira Filho – Servidor
- Denise Alonso – Advogado
- João Gustavo Ricci Volpato – Advogado
- Augusto Frederico Ricci Volpato, casado com Júlia Maria Assis Ascar Volpato, cunhada do conselheiro do CNJ Ulisses Rabaneda
O g1 tenta localizar a defesa dos envolvidos.
De acordo com a Polícia Civil, o grupo criminoso entrava com ações de cobrança na Justiça e, sem que os devedores soubessem, simulava o pagamento da dívida usando comprovantes falsos de depósitos judiciais.
Com esses documentos falsificados, um servidor do judiciário, também alvo da operação, alterava o sistema do TJMT para que constasse que o dinheiro estava disponível no processo. Assim, era possível emitir e sacar o valor por meio de alvarás.
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT) informou que acompanha a operação e que irá requerer informações acerca da conduta dos advogados envolvidos para que seja instaurada a devida apuração junto ao Tribunal de Ética e Disciplina (TED) e tomadas outras medidas administrativas cabíveis.