Juiz ordena medidas para preservar integridade de suspeito de matar jovem
Suspeito está preso na PCE e teme retaliação; decisão autoriza transferência para outra unidade prisional.

Bárbara Sá | RDNews
O juiz Marcos Faleiros da Silva determinou que o Sistema Penitenciário adote as cautelas necessárias para preservar a integridade física de Antônio Aluízio da Conceição Marciano, autor confesso do assassinato a facadas da jovem Emily Bispo da Cruz, de 20 anos. O magistrado autorizou, inclusive, a transferência do preso para outra unidade prisional.
A ordem consta na decisão que manteve o suspeito preso, proferida após audiência de custódia realizada na última sexta-feira (17). No momento, Antônio segue recolhido na Penitenciária Central do Estado (PCE), no Bairro Pascoal Ramos, em Cuiabá.
“Embora o autuado tenha informado que pode ser agredido na Penitenciária Central do Estado, não justificou em que consistiria tal questão. Não obstante a não justificação da alegação, determino ao Sistema Prisional que tome todas as cautelas necessárias à preservação da integridade física do autuado, ainda que isso implique na transferência a outra unidade prisional, caso seja necessário”, determinou.
Emily foi morta na manhã de quinta-feira (16) com mais de 15 facadas, na frente do filho dela de 4 anos. A jovem foi atingida no abdômen, tórax e costas. Socorrida por populares, ela foi encaminhada para a Policlínica do Pedra 90, mas teve a morte confirmada pouco tempo depois.
Antônio não aceitava o fim do relacionamento. Em depoimento, ele disse à Polícia Civil que foi até a vítima para pedir uma resposta sobre um pedido de casamento e a matou por ciúmes após descobrir que ela estava ficando com outra pessoa.
Um vídeo mostra Emily sendo perseguida, abordada por Antônio e morta brutalmente. Em depoimento à Polícia, o ex-namorado contou que passava pela avenida que fica perto da casa da vítima e a viu andando na rua com o filho dela, momento em que retornou e foi em direção a ela. Ele largou a moto no chão e foi em direção à vítima e teria dito que precisava conversar.
A vítima teria começou a gritar por socorro, momento em Antônio tampou a boca dela com as mãos e pediu para que parasse de gritar. Ele disse que ficou com raiva por causa dos gritos e sacou a faca que trazia em sua cintura, esfaqueando a ex. Disse que, em seguida jogou a faca no chão, montou na moto e foi embora. Ele foi preso horas depois, em uma casa abandonada no Parque Cuiabá. Antônio se entregou à Polícia por medo de retaliação por parte de uma facção criminosa.
“Frio e calculista”
Segundo o delegado Hércules Batista Gonçalves, responsável pela investigação do feminicídio, não há dúvidas de que o crime foi premeditado por Antônio, a quem descreveu como “frio e calculista“.
De acordo com o delegado, Antônio vai responder por feminicídio majorado, com pena aumentada de um terço até a metade, estando sujeito a uma pena de 18 anos até 40 anos de reclusão. A pena aumentada se deve ao fato de ter cometido o crime na frente do menor. “É um crime absurdo, que não tem justificativa. Ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém”, disse.