Após 7 anos, PM de Goiás é condenado a 18 anos de prisão por morte de filho de PF
O crime aconteceu dentro de uma boate do município e presenciado por diversas testemunhas.
Bárbara Sá | RDNews
O policial Militar de Goiás Paulo César de Souza Guirra, de 37 anos, foi condenado em Júri Popular a 18 anos de 8 meses de prisão pelo assassinato do estudante de medicina Maurício Rodrigues Pinheiro, de 23 anos, ocorrido em Barra do Garças (a 511 km de Cuiabá), em 2016. O jovem recebeu quatro tiros dentro de uma boate da cidade.
A vítima era filha do agente da Polícia Federal, Maurício de Carvalho Pinheiro. O julgamento ocorreu ontem (07), no Fórum de Barra do Garças, presidido pelo juiz Douglas Romão, da 1ª Vara Criminal do município.
Consta na decisão que duas equipes foram acionadas para prender o militar à época, que já estava imobilizado por populares após efetuar os disparos. Os detalhes foram narrados durante depoimento do major Flávio Diniz, da Polícia Militar que atendeu a ocorrência.
Está descrito ainda que familiares e amigos da vítima disseram que não houve confusão antes do crime, e afirmam que o policial estaria armado e exibindo o revólver no local. O fato, inclusive, revoltou alguns clientes, que chegaram a se queixar aos seguranças da casa noturna.
Familiares e testemunhas, afirmaram durante depoimento à Justiça, que após a reclamação, o policial se dirigiu à vítima, que estava dançando, e atirou quatro vezes.
Com o barulho no local, demorou para que todos dessem conta do tumulto. Os amigos de Maurício partiram para cima de Paulo e o imobilizaram, desarmando-o. O jovem chegou a ser atendido por uma unidade de Pronto Socorro Municipal (PSM), ainda com vida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu durante cirurgia.
Apuração policial
Na época, o inquérito policial apurou que o jovem foi até a boate para encontrar com amigos de infância, após a formatura de um deles. Maurício cursava medicina em Maringá, no Paraná, e passava uma temporada com a família em Barra do Garças. Testemunhas disseram que o policial militar se aproximou de Maurício, o abraçou por trás, sacou uma arma e efetuou os disparos.
O policial federal, pai da vítima, classificou o crime na época como covarde. “Foi um crime sem sentido e totalmente brutal. Meu filho tinha acabado de chegar ao local e foi baleado sem chance de defesa”, frisou o pai.
A defesa de Guirra chegou a alegar que houve uma briga que ocasionou os disparos e que o policial foi espancado. Todavia, algumas testemunhas disseram que o policial foi agredido após efetuar os disparos contra o estudante.
Guirra ficou preso no presídio militar de Santo Antônio de Leverger (MT), onde alegou transtornos psicóticos e a necessidade de tratamento e acompanhamento médico mais próximo da família. Na época, essa condição foi apresentada com laudos médicos de um médico perito especialista em psiquiatria.