PF deflagra operação em MT e GO contra comércio ilegal de madeira em aldeia – vídeo
Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em Matupá, Guarantã do Norte , Peixoto de Azevedo em MT e Iporá (GO)

Bárbara Sá | RDNews
A Polícia Federal deflagrou na manhã de hoje (12), a Operação Escudo de Palha, nos estados de Mato Grosso e Goiás. A investigação teve início em fevereiro de 2022 após denúncia recebida pela Coordenação Regional da Funai de Cuiabá, relacionada à extração ilegal de madeira na Terra Indígena Menkragnoti, nas proximidades da aldeia Kororoti, no município de Peixoto de Azevedo (MT).
Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Sinop, em Matupá, Guarantã do Norte e Peixoto de Azevedo em MT e em Iporá (GO).
Segundo a denúncia, nas proximidades da aldeia, havia cerca de 2 mil metros cúbicos de madeiras cortadas e prontas para serem retiradas da Terra Indígena. Ainda, que os madeireiros da cidade teriam cooptado as lideranças indígenas da aldeia Kororoti, ofertando cerca de R$ 70 mil para a retirada dessa madeira.
Com base na denúncia, no mesmo mês, foi realizada uma ação conjunta entre Polícia Federal, Sema, Ibama, Dema que se deslocaram até o local e detectaram, após sobrevoo de helicóptero, a veracidade da denúncia sobre desmatamento e a existência de madeiras cortadas. Na ocasião, dentro da Terra Indígena e nos seus arredores, foram realizadas apreensões de arma e veículos pelo Ibama.
Devido às condições de conservação dos veículos, associado ao fato dos locais em que foram encontrados serem de difícil acesso e com a finalidade de cessar o crime ambiental, os mesmos foram inutilizados.
Visando dar continuidade às investigações, face aos elementos colhidos na ação conjunta, a Polícia Federal representou pela expedição de mandados de busca e apreensão contra os possíveis participantes dos crimes, dentre eles madeireiros e uma liderança indígena.
Os investigados podem responder pelos crimes ambientais de desmatamento e óbice a ação fiscalizadora do Poder Público, com penas de até quatro anos de reclusão e 3 anos de prisão, respectivamente, e associação criminosa, com pena de até três anos de reclusão, dentre outros crimes.
O nome da operação, Escudo de Palha, é decorrente da aparente proteção que os indígenas locais empreendiam em favor da floresta, quando na verdade a proteção era facilmente sobrepujada por suborno em favor de liderança local. A operação faz parte do programa programa Guardiões do Bioma, do Governo Federal.